Acordo entre EUA e Vietname anima bolsas e leva S&P 500 a novo máximo
Os principais índices norte-americanos encerraram a sessão desta quarta-feira divididos entre ganhos e perdas, num dia em que os EUA conseguiram chegar a um acordo comercial com o Vietname - o terceiro desde que Donald Trump revelou as suas infames tarifas "recíprocas" a 2 de abril. O otimismo em torno deste compromisso, que elimina as taxas aduaneiras aos produtos norte-americanos e institui uma tarifa de 20% aos oriundos da nação asiática, foi suficiente para reforçar os ganhos do tecnológico Nasdaq Composite e elevar o "benchmark" S&P 500 no verde para valores nunca antes registados.
Com as grandes tecnológicas a recuperarem das quedas da sessão anterior, o índice Nasdaq encerrou a sessão com ganhos de 0,94% para 20.393,13 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,47% para 6.227,42 pontos, atingindo um máximo intradiário de 6.227,60 pontos. Já o industrial Dow Jones, depois de ter sido o único a sobreviver à maré vermelha em Wall Street na última sessão, não conseguiu terminar à tona e caiu 0,02% para 44.484,42 pontos. O índice até chegou a negociar em território positivo esta quarta-feira, com o impulso dado pelo acordo EUA-Vietname, mas rapidamente inverteu o sentido de negociação.
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Os investidores viram, agora, as suas atenções para os dados da criação de emprego, referentes ao último mês. Os analistas antecipam um arrefecimento no mercado laboral, com a economia norte-americana a ter criado apenas 110 mil novos postos de trabalho em junho - um número relativamente inferior ao registado em maio, quando foram criados 139 mil empregos (um valor que ficou acima das expectativas). Esta quarta-feira, o relatório da ADP, uma empresa privada de processamento de salários, apontou para o mesmo caminho, o que levou os participantes do mercado a aumentarem as suas expectativas em relação a um novo corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
“Uma das razões pelas quais a Fed tem conseguido ser tão paciente é o facto de o mercado de trabalho estar a aguentar-se tão bem. Se isso mudar, o banco central pode vir a ser forçado a agir mais cedo do que gostaria”, explicou Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management, à Bloomberg. Apesar de os sinais de arrefecimento não serem novos, o Presidente da Fed tem insistido na ideia de que o mercado laboral continua sólido, mas, no encontro de banqueiros centrais em Sintra, não excluiu cortar nas taxas de juro já na próxima reunião.
Os investidores encontram-se ainda a reagir à "luz verde" dada ao megapacote fiscal da administração Trump por parte do Senado norte-americano. O projeto passou por pouco na câmara alta do Congresso, com o vice-presidente a ter de desempatar a votação, mas ainda tem de obter uma nova aprovação da Câmara de Representantes. Espera-se um impacto de 3,3 biliões de dólares nas contas públicas dos EUA.
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Entre as principais movimentações de mercado, a Telsa recuperou parcialmente das grandes quedas da sessão anterior, avançando 4,97% para 315,65 dólares, num dia em que a fabricante de veículos elétricos viu as suas vendas trimestrais a nível global caírem 13%. Já a Microsoft caiu 0,20% para 491,09 dólares, depois de a tecnológica ter anunciado que vai cortar mais nove mil postos de trabalho em todo o mundo.
Já a Centene registou o seu pior dia de sempre em bolsa, vendo o valor das suas ações quase cortado para metade, ao perder 40,37%, depois de a empresa ter decidido retirar o "guidance" para o resto do ano, após terem sido revelados dados que mostram um sério desaceleramento nas vendas de seguros da saúde.
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