Julho é demasiado cedo para cortar juros da Fed? "Não sei", diz Powell
O presidente da Reserva Federal foi curto nas palavras, mas foi o suficiente para o mercado ver maior probabilidade de o primeiro corte ser já este mês.
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Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, tem dito que não tem pressa em cortar taxas de juro, mas pode até vir a ser mais cedo do que o mercado espera. Questionado no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, sobre se julho ainda é uma hipótese, o líder da política monetária norte-americana não rejeitou.
"É claramente um ano importante, com as alterações previstas a nível comercial", afirmou Powell, no painel de política monetária, que junta outros governadores de bancos centrais, nomeadamente Christine Lagarde. O norte-americano apontou para desafios económicos "significativos".
Depois de ter iniciado a 18 de setembro do ano passado o ciclo de descida dos juros diretores – com um corte jumbo, de 50 pontos-base – e de ter feito mais duas reduções (de 25 pontos-base cada) em novembro e dezembro seguintes, é esperado que o banco central só desça taxas em setembro (face ao atual nível entre 4,25% e 4,5%). Powell lembrou apenas que uma “sólida maioria” do grupo de decisores considera que será apropriado mais à frente no ano.
Questionado sobre o "timing" e se julho é demasiado cedo, respondeu: "Não sei", sublinhando que a decisão terá por base a evolução dos dados. Apesar de curta, a declaração levou o mercado monetário a ajustar as projeções. Os futuros apontam agora para uma probabilidade de 25% de um corte de juros na reunião de 29 e 30 de julho (contra 20% antes do fórum). Já um corte em setembro é dado como certo.
Powell tem sido alvo de fortes críticas por parte de Donald Trump, que tem usado as redes sociais para pedir cortes de juros. Confrontado com o tema, Powell respondeu: "Estou muito focado em fazer o meu trabalho". Já sobre se espera uma recondução no cargo (o mandato termina em maio de 2026), não quis fazer comentários.
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