Mercado laboral deixa Wall Street à procura de rumo. Dona do Facebook avança mais de 4%

A queda dos pedidos de subsídio de desemprego para o valor mais baixo em três anos não abalou as perspetivas de um corte nos juros por parte da Fed, mas deixou os investidores mais cautelosos em relação ao futuro da política monetária em 2026.
Apesar de um corte nos juros ainda estar em cima da mesa, os investidores aguardam novos catalisadores.
Richard Drew / AP
Ricardo Jesus Silva 21:08

Os principais índices norte-americanos encerraram a penúltima sessão da semana divididos entre ganhos e perdas, num dia marcado pela divulgação de uma série de dados económicos, que apontam para um mercado laboral mais resiliente do que era antecipado. Apesar de um corte de 25 pontos base nas taxas de juro continuar em cima da mesa por parte da Reserva Federal (Fed), os investidores mostram-se mais confusos em relação ao que o banco central vai fazer à política monetária em 2026.

S&P 500 encerrou a sessão com ganhos de 0,11% para 6.857,12 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,22% para 23.505,14 pontos, impulsionado pela Meta. Já o industrial Dow Jones caiu 0,07% para 47.850,94 pontos. Tanto o S&P 500 e o Dow Jones terminaram a negociação anterior em máximos de mais de três semanas, registando a sétima sessão em oito em alta, apoiados por novos dados que apontavam para um mercado laboral em enfraqueciemnto e uma inflação em queda. 

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Já esta quinta-feira foi revelado que o número de subsídios de desemprego pedidos na semana passada caiu para o valor mais baixo em mais de três anos, embora alguns analistas apontem para as celebrações do dia de Ação de Graças para justificarem esta queda. Na semana terminada a 28 de novembro, foram registados 191 mil pedidos de subsídio de desemprego contra as previsões de 220 mil - uma valor que fica ainda abaixo dos da semana anterior, quando foram realizados 218 mil pedidos. 

"Os investidores estão à espera para ver o que a Fed pensa destes dados, até porque os últimos comentários de [Jerome] Powell foram um pouco pessimistas. Mesmo assim, novos cortes são totalmente esperados", explica Mike Dickson, analista da Horizon Investments, à Reuters. "O facto de ainda não termos os dados da criação de emprego de novembro [que só vão ser lançados após a reunião do banco central na próxima semana] vai acabar por influenciar, de uma forma ou de outra, qualquer trajetória da política monetária”.

Entre as principais movimentações de mercado, a Meta disparou 3,43% para 661,53 dólares, depois de a Bloomberg ter noticiado que a tecnológica poderá vir a reduzir significativamente os recursos destinados à construção do chamado metaverso – um espaço social virtual – nos próximos tempos. Os executivos da empresa terão discutido possíveis cortes orçamentais de até 30% neste ramo da tecnológica liderada por Mark Zuckerberg, que o próprio definiu como sendo o futuro da empresa.

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 Já a Snowflake afundou 11,45% para 234,77 dólares, depois de a empresa de análise de dados em "cloud" ter apresentado uma previsão de receitas para o quarto trimestre que fica abaixo das expectativas - bastante elevadas - dos investidores. Por sua vez, a Salesforce ganhou 3,66% para 247,46 dólares, após a produtora de "software" ter revisto em alta as suas previsões de lucro e receitas para o próximo ano, antecipando um crescimento na sua plataforma de inteligência artificial (IA) devido ao que diz ser uma grande procura empresarial. 

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