Trump arrasta Wall Street para maior queda em oito meses
Donald Trump continua a gerar polémica e muita preocupação. Depois dos relatos do The Washington Post sobre o facto de ter passado à Rússia informação confidencial sobre o Daesh, ontem o The New York Times lançou mais achas na fogueira ao avançar que o presidente norte-americano terá pedido ao ex-director do FBI, James Comey, que "esquecesse" a investigação que estava a ser feita ao ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
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Os mercados financeiros acordaram esta terça-feira com estas notícias divulgadas ontem à noite e começaram de imediato a reflectir o clima de receio, ao qual a bolsa lisboeta não escapou.
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Relativamente à informação passada aos russos, Trump já se defendeu, dizendo que passou os dados "apropriados" e até o seu homólogo Putin veio dizer que está disponível para provar que o presidente dos EUA não transmitiu segredos a Moscovo.
Enquanto mais de um milhão de pessoas já assinou a petição que pede a destituição de Trump, este veio hoje dizer que é o político mais maltratado da história.
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Mas o que está mesmo a "virar o barco" é a possibilidade de Trump ter tentado de facto que o FBI "limpasse" o nome de Flynn. Algo que James Comey considerou "impróprio" - vindo depois a ser demitido por Trump na semana passada.
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Nos EUA, a tendência foi também de forte queda e o "índice do medo" (índice de volatilidade – VIX) marcou a maior subida desde que os britânicos disseram maioritariamente "sim" à saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 23 de Junho do ano passado.
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Com este pessimismo a invadir o sentimento dos investidores, em Wall Street os índices registaram quedas que não se observavam há oito meses.
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O Dow Jones terminou a sessão a perder 1,78% para 20.606,93 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,80% para 2.357,25 pontos – depois de nas duas primeiras sessões da semana ter chegado a marcar novos máximos históricos.
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Também o tecnológico Nasdaq Composite acompanhou a tendência negativa dos seus congéneres de Nova Iorque, depois de várias jornadas em recordes. Fechou a afundar 2,57% para se estabelecer nos 6.011,23 pontos.
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Os investidores aguardam agora por desenvolvimentos em torno da "crise Trump", a par com a divulgação de novos dados macroeconómicos e resultados de empresas. Mas será o presidente norte-americano, uma vez mais, a dar o mote à tendência de fundo das bolsas.
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Os intervenientes dos mercados estão a começar a questionar-se sobre a capacidade de a Administração Trump se focalizar em medidas políticas ao mesmo tempo que tenta navegar por entre águas revoltas entre sucessivas crises.
Os operadores de mercado começam a duvidar da possibilidade de Trump cumprir as suas promessas, sobretudo no que se refere à reforma fiscal e aos gastos em infra-estruturas com que acenou durante a sua campanha eleitoral.
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