pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

"As finanças não estão onde queríamos". Intel com maior queda em bolsa em mais de 40 anos

A empresa aponta para um "guidance" abaixo do que era esperado, vai cortar nos dividendos e nos postos de trabalho. O CFO, Dave Zinsner, reconhece que não está satisfeito com os números da tecnológica. Também a Amazon afunda mais de 7%, depois de umas perspetivas dececionantes.

Intel fachada chips
Intel fachada chips Amir Cohen/Reuters
02 de Agosto de 2024 às 15:27

A Intel registou a maior queda em bolsa em mais de 40 anos, depois de ter anunciado a suspensão da distribuição de dividendos, o plano de cortar mais de 15 mil postos de trabalho e um "guidance" que ficou abaixo do esperado.

Desde que a sessão começou em Wall Street (já depois da hora do almoço em Lisboa), a cotada norte-americana já perdeu 32 mil milhões de dólares, o equivalente a 29,35 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual, devido a uma queda de mais de 26% em bolsa, para 21,19 dólares por ação. É preciso recuar a 1982 para ver uma queda intradiária desta dimensão.

A Intel espera que as vendas do trimestre em curso alcancem um intervalo entre os 12,5 mil milhões de dólares e os 13,5 mil milhões, bastante abaixo do consenso dos analistas que apontavam para os 14,3 mil milhões.

Paralelamente, e para o mesmo período, a tecnológica antecipa que os lucros por ação sejam de três cêntimos de dólar por ação, dez vezes menos que o projetado pelos analistas.

Além disso, a empresa quer cortar 15% da sua força de trabalho, composta por cerca 110 mil pessoas, para reduzir custos. Já em bolsa, a empresa comunicou que vai suspender o pagamento de dividendos aos acionistas a partir do quatro trimestre, para que "os fluxos de tesouraria melhores para níveis sustentadamente mais elevados".

Intel fachada chips
"As finanças não estão onde queríamos". Intel com maior queda em bolsa em mais de 40 anos

Apesar destes anúncios, o CEO da empresa preferiu desdramatizar a situação. Num memorando interno enviado aos trabalhadores, citado pela Bloomberg, sublinhou que "não tem ilusões de que o caminho mais à frente será fácil", pelo que os trabalhadores também "não deveriam ter".

Por sua vez, o CFO, Dave Zinsner defendeu, numa entrevista à Bloomberg, que "a receita não está onde queríamos que estivesse. As finanças não estão onde queríamos que estivesse", pelo a redução de postos de trabalho foram necessários "para levar a uma posição em que teremos um modelo mais sustentável de negócio".

No segundo trimestre, a empresa teve um lucro de dois cêntimos por dólar por ação – muito abaixo dos 10 cêntimos de dólar projetados- e contabilizou uma queda de 1% da receita para 12,8 mil milhões de dólares.

Quem também está a ser pressionado pelo "guidance" é a Amazon. Os títulos da cotada comandada por Andy Jassy estão a afundar 12,76% para 161,66 dólares, depois de a empresa ter previsto que alcançaria no trimestre em curso uma receita operacional entre os 11,5 mil milhões de dólares e os 15 mil milhões de dólares, ligeiramente abaixo dos 15,,7 mil milhões de dólares projetados pelos analistas.  

Desde o início do ano, a Intel desvaloriza 59,19%. Já a Amazon soma 6,38% em igual período.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio