Fecho dos mercados: Incerteza política, tensões comerciais e apuros nas tecnologias abalam bolsas
As bolas europeias regressaram à negociação, após a pausa pascal, a cederem terreno. A pressionar esteve sobretudo o sector tecnológico, contagiado pelos EUA.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,41% para 5.383,58 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,27% para 369,87 pontos
S&P 500 avança 0,70% para 2.599,97 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu 2 pontos base para 1,629%
Euro desce 0,25% para 1,2272 dólares
Petróleo soma 0,72% para 68,13 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias generalizadamente em queda
As bolsas do Velho Continente encerraram a ceder terreno, com excepção de uma subida marginal de 0,19% da praça de Atenas. Os sectores que mais pressionaram foram o tecnológico, das telecomunicações e alimentar. As tecnologias, à semelhança do que sucedeu ontem nos EUA, estiveram então a pesar na tendência das bolsas europeias no regresso à negociação após quatro dias de pausa pascal – que registaram a primeira queda em quatro sessões. O Stoxx 600 recuou 0,27% para 369,87 pontos.
Por cá, o PSI-20 acompanhou a tendência dos principais congéneres europeus e fechou a perder 0,41% para 5.383,58 pontos, penalizada sobretudo pelos CTT. Isto no dia em que o banco britânico Barclays cortou o preço-alvo da empresa liderada por Francisco Lacerda, de 3,80 para 3,00 euros, o que traduz um potencial de queda de 1,7% para os títulos da cotada dos correios. Os CTT encerraram com uma desvalorização de 2,37% para 3,054 euros, depois de terem chegado a negociar nos 3,052 euros – o valor mais baixo desde 29 de Novembro do ano passado.
Juros sobem na Europa
As taxas de juro subiram na generalidade dos países europeus, numa altura em que as atenções continuam centradas na situação política em Itália e em Espanha. Por cá, as "yields" das obrigações 10 anos [que é o vencimento de referência] somaram 2 pontos base para 1,629%.
Já a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Espanha avançou 1,5 pontos base para 1,179%, ao passo que a taxa das bunds alemãs a 10 anos subiu 0,5 pontos base para 0,502%. A excepção vai para Itália, onde os juros de referência cederam 0,02 pontos base para 1,784%.
Dólar ganha terreno
A nota verde está a valorizar face a um cabaz de moedas de referência, onde se inclui o euro – que cede 0,25% para 1,2272 dólares.
A ajudar a este fortalecimento da moeda norte-americana está o facto de hoje ter havido algum alívio dos receios no que diz respeito às tensões comerciais entre os EUA e a China.
Petróleo retoma com ataque a tanque saudita
As cotações do petróleo seguem a negociar no verde, apesar de se estimar que os stocks norte-americanos de crude tenham aumentado na semana passada. A sustentar está uma acção armada dos rebeldes xiitas pertencentes ao grupo dos hutis do Iémen, que atacaram um petroleiro saudita.
No mercado nova-iorquino, o crude de referência West Texas Intermediate segue a ganhar 0,89% para 63,57 dólares por barril, e em Londres o Brent do Mar do Norte – que serve de referência às importações portuguesas – está a negociar nos 68,13 dólares com uma subida de 0,72%.
Ouro a caminho dos 1.400 dólares
O ouro continua a ganhar terreno, a valer-se do seu estatuto de valor-refúgio, numa altura em que o apetite dos investidores por activos de risco diminuiu.
O metal amarelo poderá mesmo escalar em 2018 para o nível mais alto dos últimos cinco anos, nos 1.400 dólares por onça, se as tensões comerciais entre os EUA e a China se intensificarem.
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