Pessimismo da Fed sobre economia dos EUA deixa Wall Street sem rumo
As bolsas norte-americanas lutaram para terminarem a sessão à tona, após Jerome Powell ter alertado que a incerteza económica e o risco de inflação continuam a complicar a tentativa da Reserva Federal de aliviar os juros.
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Wall Street lutou para encontrar um rumo na negociação desta quarta-feira, numa sessão já marcada por uma volatilidade que acabou por se intensificar com as palavras do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell. Só o tecnológico Nasdaq Composite conseguiu ficar à tona.
Neste contexto, o S&P 500 perdeu modestos 0,03% para 5.980,86 pontos, o Dow Jones recuou 0,10% para 42.171,66 pontos e, em contraciclo, o Nasdaq Composite subiu 0,13% para 19.546,27 pontos.
Tal como já se antecipava, a Fed optou por não alterar as taxas de juro, pela quarta vez consecutiva. O foco do mercado estava nas declarações do número um do banco central, que avisou que a incerteza económica - impulsionada pelas tarifas - e o risco de subida da inflação continuam a complicar a tentativa da Fed de aliviar a política monetária nos EUA.
Mantendo a posição de "esperar para ver", a mesma desde que Donald Trump tomou posse como Presidente dos EUA, Powell disse que o aumento das tarifas é suscetível de acelerar a subida de preços, acrescentando que os efeitos sobre a inflação poderão ser mais persistentes. Além disso, a Fed está mais pessimista para o PIB e a inflação já neste ano.
"Esta é uma Fed que não vê pressa em reduzir as taxas de juros. A julgar pelas projeções individuais, não se espera que as taxas de juro desçam tão cedo", disse Greg McBride, do Bankrate, à Bloomberg. Já Simon Dangoor, do Goldman Sachs Asset Management, acrescenta que "a reunião de hoje do FOMC teve um tom 'dovish', a continuar a assinalar dois cortes este ano, apesar das revisões em alta das previsões de inflação a curto prazo dos membros. (...) Esperamos que a Fed se mantenha em modo esperar para ver na reunião do próximo mês, mas pensamos que poderá abrir-se um caminho para a retoma do seu ciclo de flexibilização ainda este ano, caso o mercado de trabalho enfraqueça".
Entre os principais movimentos de mercado, a Intel subiu mais de 3% depois de ter nomeado novos diretores de engenharia, como parte de um plano de recuperação sob a direção do CEO Lip-Bu Tan.
A Visa e a Mastercard perderam ambas cerca de 5%, já que pairam no mercado preocupações contínuas sobre o impacto das stablecoins nos emissores de cartões de crédito.
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