Wall Street derrapa com ameaças de taxas de Trump sobre UE e Apple
Os principais índices dos EUA caíram, pressionados por ameaças de um aumento das taxas alfandegárias à UE e não só. Especialistas realçam que as tarifas vão continuar no centro das atenções até serem alcançados acordos significativos. As "big tech" voltaram a pressionar.
Os principais índices norte-americanos fecharam a última sessão da semana com perdas, num dia em que os investidores foram abalados pelas ameaças do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de impor tarifas mais agressivas à União Europeia (UE) e à Apple.
O S&P 500 recuou 0,67% para os 5.802,82 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 1% para 18.737,21 pontos. Já o Dow Jones cedeu 0,61% para 41.603,07 pontos.
O índice de referência S&P 500 acentuou as perdas quando Trump disse que "não está à procura de um acordo" com a UE, reiterando que as tarifas seriam fixadas em 50% no início de junho. Durante a sessão, os investidores ainda sentiram um certo nível de alívio quando o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que os EUA poderiam fechar "vários grandes" acordos comerciais nas próximas semanas. Ainda assim, a afirmação não chegou para reverter as perdas dos índices.
Para além disso, o Presidente norte-americano ameaçou impor uma tarifa de 25% à tecnológica Apple, também destinada a outras fabricantes de dispositivos eletrónicos, incluindo a sul-coreana Samsung. O objetivo será o de "forçar" as empresas a transferir a produção dos seus produtos para os EUA. A empresa do iPhone perdeu 3% nesta sessão.
O volte-face de Trump sublinha o risco de que as alterações na política dos EUA possam abruptamente alterar a dinâmica dos mercados num curto espaço de tempo, como já tinha acontecido no início de abril, altura em que o republicano decidiu "disparar" tarifas para mais de 180 países.
"A volatilidade continua a ser o tema", disse à Bloomberg Louis Navellier, diretor de investimentos da Navellier & Associates. "Este é um forte lembrete de que as tarifas continuarão a ser uma fonte de grande incerteza até que haja acordos significativos finalizados".
Ainda assim, há quem olhe para as ameaças de Trump de forma menos pessimista. "Embora a incerteza política injete mais incerteza no investimento, acreditamos que isso faz parte da tese de negociação [de Trump] para fechar acordos individuais ou regionais, e ainda acreditamos que a maioria das empresas e a economia estão bem posicionadas para superar os preços de importação temporariamente mais altos", explicou Eric Teal, da Comerica Wealth Management.
Entre os movimentos do mercado, a US Steel disparou mais de 21% - a maior subida intradiária da empresa desde 7 de abril - depois de o presidente da japonesa Nippon Steel ter dito que está em conversações com o governo dos EUA sobre um possível acordo. Para além disso, os ganhos da empresa norte-americana foram impulsionados depois de Trump ter apoiado uma parceria entre as duas empresas, atribuindo às suas políticas tarifárias um investimento que manteria a empresa americana nos EUA.
Quanto às restantes "big tech", a Alphabet caiu 1,39%, a Amazon perdeu 1,04%, a Nvidia cedeu 1,16%, a Microsoft desvalorizou 1,03% e a Meta deslizou 1,49%.
Notícia atualizada com mais informação às 21:13
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