Libra alivia após mínimos históricos. Banco de Inglaterra deverá agir ainda hoje

A Sky News avança que o Banco de Inglaterra vai pronunciar-se ainda esta segunda-feira sobre o tombo da moeda britânica, que afundou após o anúncio de cortes nos impostos, que retirou confiança ao Executivo agora liderado por Liz Truss.
Libra alivia após mínimos históricos. Banco de Inglaterra deverá agir ainda hoje
Diogo Mendo Fernandes 26 de Setembro de 2022 às 09:58

"Não há nada para além do dólar" que os investidores possam comprar agora, revela o analista Tsutomu Soma da Monex, à Bloomberg. Não é de estranhar por isso que a moeda norte-americana esteja a manter não só o euro abaixo da paridade, que negoceia ainda em mínimos de 2002, mas também tenha atirado esta manhã a libra para o valor mais baixo de sempre.

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A moeda britânica, ainda com a cara da Rainha Isabel II, tinha atingido mínimos de 37 anos na passada sexta-feira. No arranque da sessão desta segunda-feira não conseguiu vir à tona e tocou mínimos de sempre, mais precisamente de 1971, caminhando a passos rápidos para a paridade com a "nota verde".

A divisa britânica tombou após o anúncio do ministro britânico das Finanças, Kwasi Kwarteng, que apresentou um plano de cortes históricos nos impostos. "O 'crash' da libra está a mostrar que os mercados não têm confiança no Reino Unido e que o seu poder financeiro está limitado", aponta Jessica Amir, analista do Saxo Capital Markets à Bloomberg.

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"A libra está perto da paridade e a situação apenas vai piorar daqui para a frente", aponta ainda Jessica Amir. Tendo já chegado a negociar nos 1,035 dólares, ao final da manhã a desvalorização da divisa aliviou, seguindo cada libra esterlina a perder 0,55% para 1,0799 dólares.

O alívio deve-se à notícia da Sky News de que o Banco de Inglaterra vai anunciar ainda esta segunda-feira uma intervenção, tal como tinha sido pedido por alguns elementos do mercado. Na sequência desta agitação os "traders" estão já a avaliar uma subida em 200 pontos base das taxas de juro diretoras por parte da autoridade monetária.

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A "yield" dos juros da dívida britânica a dez anos não ficou fora da equação e chegou a agravar 4%, atingindo o valor mais elevado desde 2010, uma subida prejudicial para o pacote anunciado por Kwarteng, através de um empréstimo de 400 mil milhões de libras, financiado através de um fundo de resolução durante os próximos cinco anos e que deverá assim aumentar ainda mais o seu custo.

(Notícia atualizada às 13:15)

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