Prestações da casa têm maior subida em quatro anos
Depois de vários anos de quedas, as taxas Euribor têm vindo a aumentar, nos últimos meses. Mas continuam em valores baixos, aliás, valores negativos. Ainda assim, as famílias portuguesas que têm crédito à habitação e cuja revisão da prestação ocorre no próximo mês verão os seus encargos subirem. As mensalidades vão sofrer o maior agravamento em quatro anos.
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As taxas interbancárias atingiram máximos, no início deste mês. A taxa a três meses tocou em máximos de Janeiro de 2017, enquanto a taxa a seis meses (que serve de referência em mais de metade dos créditos à habitação em Portugal) chegou aos valores mais elevados desde Junho de 2017 e a taxa a 12 meses tocou em máximos de Outubro.
"A muito ligeira subida das Euribor coincidiu com o adensar da crise política em Itália e com a subida da inflação na Zona Euro para 1,9%. É possível que o aumento de aversão ao risco tenha impactado o mercado monetário, embora sejam variações de muito pequena dimensão", explicou recentemente Filipe Garcia, economista do IMF.
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Esta subida ligeira das Euribor começa já a ter impacto nos orçamentos das famílias. De acordo com os cálculos do Negócios, as prestações do crédito à habitação vão agravar-se em Julho e ter o maior aumento desde a revisão que ocorreu em Junho de 2014.
Considerando um financiamento de 100 mil euros, a 30 anos, com um "spread" de 0,7%, indexado à Euribor a três meses, a mensalidade passará a ser de 293,87 euros. O que compara com os 293,61 euros que estão a ser pagos actualmente. Ou seja, estas prestações vão aumentar 0,09%. A maior subida desde Maio de 2014, quando as prestações subiram 0,53%.
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Utilizando os mesmos pressupostos em financiamentos associados à Euribor a seis meses, a mensalidade a pagar será de 296,22 euros. Mais do que os 296,06 euros que representam a prestação actual. Ou seja, vai ser aumentada 0,05%, de acordo com os cálculos do Negócios.
Quanto à Euribor a 12 meses, que representa cerca de 10% do total de financiamentos, segundo os dados do Banco de Portugal relativos a 2016, a tendência será para a queda, ainda que ligeira. Neste caso, a revisão ocorre num período mais alargado, de 12 meses, como indica o nome da taxa.
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Tendo em conta os mesmos pressupostos, a mensalidade a pagar deverá ser de 299,98 euros, o que compara com os 301,43 euros que estão a ser pagos actualmente. Ou seja, ocorre uma diminuição de 0,48%. Ainda assim, será a menor queda desde, pelo menos, o início de 2015.
Depois das quedas iniciadas em 2014, acentuadas em 2015 pelos valores negativos das Euribor, as prestações do crédito à habitação começam a dar sinais de inversão de tendência. Ainda assim, são subidas pouco expressivas e assim deverão continuar enquanto as taxas continuarem perto de mínimos históricos, em valores abaixo de zero.
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Estas taxas interbancárias apenas deverão acelerar o movimento de subida quando houver "uma diminuição da liquidez excedentária no sistema – um processo que ainda não começou", acrescentou recentemente Filipe Garcia ao Negócios.
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