Espanha ordena suspensão da atividade da Worldcoin
A Worldcoin também está presente em Portugal, onde a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) já abriu uma ação de fiscalização.
O regulador espanhol para a proteção de dados (AEPD, na sigla em castelhano) ordenou à Worldcoin que cesse imediatamente a sua atividade de recolha de dados biométricos, através da captação de uma fotografia da íris e transformação num código encriptado, e que pare de utilizar os dados que já foram recolhidos, avança o Financial Times (FT).
O regulador deve anunciar publicamente esta "medida preventiva" já esta quarta-feira e deu à Worldcoin 72 horas para demonstrar que está a cumprir esta ordem, de acordo com um email da AEPD, a que o FT teve acesso.
No final do ano passado, a AEDP já tinha manifestado preocupação com a possibilidade de os menores poderem usar esta tecnologia, ainda que contra as regras da fundação.
A Worldcoin, juridicamente uma fundação, tem como principal objetivo recolher e guardar dados biométricos que permitam distinguir entre humanos e "bots", através, em concreto, da captação da íris e transformação deste dado em código encriptado.
Numa declaração enviada ao Negócios, o Jannick Preiwisch, responsável pela proteção de dados da Worldcoin, salienta que "o World ID foi criado para dar às pessoas acesso, privacidade e proteção online. É a solução mais segura e que mais preserva a privacidade para afirmar a humanidade na era da IA, e estamos sempre dispostos a colaborar com reguladores, examinar os seus feedbacks e responder às suas questões".
A Worldcoin está presente em três países da Europa: Alemanha, Espanha e Portugal. Por cá, a organização criada pelos pelos cofundadores da OpenAI Sam Altman, Alex Blania e Max Novendstern, já conta com 300 mil inscritos (o equivalente a cerca de 3% da população nacional).
A fundação é auxiliada pela Tools for Humanity, a empresa que trata de toda a parte operacional deste projeto. Apesar de operar em Portugal, a fundação não detém sede no país, pelo a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) está em contacto com os congéneres de outros países onde esta também atua e que "têm os mesmos problemas e dúvidas", a começar pela Alemanha, onde a empresa tem um estabelecimento e que, para este efeito, é "a autoridade principal", explicou na altura o organismo ao Negócios. O Negócios voltou, entretanto, a contactar a CNPD, por ocasião da decisão da sua homóloga espanhola, tendo o regulador reiterado quetem uma fiscalização em curso e não antecipa, para já, qualquer conclusão. "Estamos a tentar perceber qual pode ser a nossa melhor forma de atuação no âmbito do RGPD" explica fonte oficial desta entidade. A CNPD abriu uma investigação por iniciativa própria, mas entretanto comelçou também já a receber algumas queixas, de pais de menores que participaram. Em Portugal, a Worldcoin tem feito recolha de dados biométricos, em troca de tokens, em centros comerciais e estações.
O Negócios voltou, entretanto, a contactar a CNPD, por ocasião da decisão da sua homóloga espanhola, tendo o regulador reiterado quetem uma fiscalização em curso e não antecipa, para já, qualquer conclusão. "Estamos a tentar perceber qual pode ser a nossa melhor forma de atuação no âmbito do RGPD" explica fonte oficial desta entidade. A CNPD abriu uma investigação por iniciativa própria, mas entretanto comelçou também já a receber algumas queixas, de pais de menores que participaram.
Em Portugal, a Worldcoin tem feito recolha de dados biométricos, em troca de tokens, em centros comerciais e estações.
No entanto, esta é uma ambição "que ainda está a ser desenhada", salvaguardou no final de fevereiro Ricardo Macieira, diretor regional para a Europa da Tools for Humanity, em declarações ao Negócios.
Para tal, a Worldcoin vai "emitir 10 mil milhões de tokens", dos quais 80% vão ser distribuídos pela rede e 20% vão servir para financiar o projeto. "Quando é feito o registo na nossa plataforma e se faz a verificação, [o utilizador] recebe 10 Worldcoins de boas-vindas e depois, a cada duas semanas, mais três Worldcoins até não haver mais tokens", esclarece Ricardo Macieira.
Porém, a realidade é que "muitas pessoas podem decidir vender os tokens", já que estes estão cotados noutras plataformas. Atualmente, cada criptomoeda Worldcoin vale 6,56 dólares, o equivalente a 6,03 euros à taxa de câmbio atual.
(Notícia atualizada às 13:44 horas).
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