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Bolsas inquietas entre guerra, recessão e correções

O sentimento de correção, depois das quedas dos últimos dias, salvou as principais bolsas mundiais do efeito “Putin”. Apenas a praça moscovita caiu aos pés do presidente russo após o discurso do líder do Kremlin. Para o futuro, o xadrez financeiro mundial continuará volátil.

Brendan McDermid/Reuters
22 de Setembro de 2022 às 07:00
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As subidas dos juros diretores por parte dos bancos centrais têm exercido uma forte pressão nos mercados acionistas. Esta semana está a ser fértil em decisões de política monetária, o que tem contribuído para a volatilidade das bolsas – especialmente com os anúncios da Reserva Federal norte-americana na quarta-feira e do Banco de Inglaterra nesta quinta-feira. Mas houve um novo dado a rolar neste tabuleiro e que ontem agravou o cenário de incerteza junto dos investidores: a Rússia.

Além do panorama económico sombrio, com as apostas a apontarem para uma recessão a nível global devido à desaceleração económica por via do endurecimento da política monetária, os riscos geopolíticos continuam em cima da mesa e ontem o presidente russo intensificou-os.

Vladimir Putin anunciou que a Rússia vai mobilizar parcialmente as suas tropas – 300.000 homens – para a Ucrânia, no âmbito de uma guerra que teve início a 24 de fevereiro e que parece longe de terminar. Anunciou ainda que vão ser realizados referendos, a partir de sexta-feira, nas regiões de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia para serem anexadas à Federação Russa.

Naquela que é a primeira mobilização desde a Segunda Guerra Mundial, Putin enfatizou ainda a prontidão do Kremlin para usar o seu arsenal de armas nucleares, escalando adicionalmente as tensões com o ocidente.

As bolsas reagiram em queda a esta renovada instabilidade. O índice russo Moex fechou a cair 3,83%, para 2.130,71 pontos, mas chegou a estar a afundar 10% depois de Putin falar. O mesmo aconteceu com a maioria das principais bolsas da Europa Ocidental – mas esta tendência desagravou-se e o Velho Continente acabou mesmo por conseguir recupera fôlego e encerrar generalizadamente no verde, o mesmo acontecendo com Wall Street.

A melhoria do desempenho na Europa e nos EUA deveu-se sobretudo a um efeito de correção, depois das quedas recentes. A impulsionar estiveram sobretudo os setores do gás e petróleo, que ganharam terreno com as renovadas tensões vindas de Moscovo e a esquecerem por momentos os receios de que uma recessão possa penalizar a procura por estas matérias-primas.

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