pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

BPI considera que manutenção do BCP na Polónia tem impacto negativo

Probabilidade de BCP ter de recorrer à linha de recapitalização de 12 mil milhões de euros aumenta com a notícia de que o Millennium Bank não ser vendido, na opinião da casa de investimento do BPI. Já o Caixa BI já esperava esta decisão.

20 de Dezembro de 2011 às 11:24

“Na nossa opinião, esta decisão aumenta a probabilidade do banco ter de recorrer ao fundo de recapitalização do estado de 12 mil milhões de euros para suprimir as necessidades de capital”, escrevem os analistas Carlos Peixoto e Gonçalo Guarda Garcia, numa nota de “research” diária a que o Negócios teve acesso.

O BCP escreve que a venda da participação de 65,5% no Bank Millennium, que o banco anunciou em Julho mas que ontem veio dizer que já não iria seguir em frente, era uma das operações que iria permitir reduzir a distância face ao rácio de Core Tier 1 de 9% exigido pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa).

Actualmente, a distância face ao objectivo da EBA é de 1,75 mil milhões de euros, “aos quais se adicionam as provisões adicionais de 347 milhões de euros impostas pela auditoria da troika às contas do banco”.

Ainda assim, o BPI reconhece que esta não era a melhor altura para a concretização da operação, devido “ao fraco poder de negociação” e também à “correcção do mercado polaco”.

A casa de investimento do BPI atribui um preço-alvo de 0,31 euros, o que confere um potencial de valorização que quase triplica os 0,11 euros a que as acções do BCP estão a negociar na sessão de hoje. A recomendação é de “manter”.

Caixa BI não considera decisão surpreendente

Já o Caixa BI sublinha que “a decisão agora anunciada não deve ser considerada surpreendente na medida em que reflecte as consequências da maior aversão ao risco e do menor dinamismo no que se refere ao processo de consolidação do sector financeiro na Polónia, sobretudo depois de Agosto de 2011”.

A mesma fonte relembra, aliás, as notícias mais recentes que apontavam para a possibilidade de o interesse dos potenciais compradores se ter materializado em propostas abaixo do inicialmente esperado. Por outro lado, “ainda que fosse assumido o pagamento de um prémio substancial sobre o preço de mercado, o impacto nos rácios de capital do BCP seria, nesta fase, pouco significativo”, destaca André Rodrigues.

O analista do Caixa BI, realça que o banco apresenta um rácio Core TIER I de cerca de 9,1%, ou seja, aos 8,4% divulgados no final do terceiro trimestre são somados 70 pontos base relativos ao impacto da oferta de troca concluída no mês de Outubro. E o mesmo especialista frisa que, segundo a EBA, as necessidades de capital do BCP para um rácio Core TIER I mínimo de 9% são de 1,73 mil milhões de euros.

“Depois deste anúncio, acreditamos que a gestão do BCP apresentará ao mercado, no curto prazo, um plano alternativo visando o reforço da solvabilidade do banco”, refere André Rodrigues, que atribui um preço-alvo de 0,40 euros e uma recomendação de “comprar” ao banco.

A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio