Emissão da Mota-Engil garante situação de liquidez "confortável"
O líder da construtora portuguesa mostrou-se satisfeito com o resultado da emissão de novos títulos de dívida e adiantou que o encaixe permite à companhia alongar maturidades e uma liquidez para enfrentar a incerteza associada à pandemia e à escassez de matéria-prima.
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A Mota-Engil completou com êxito a operação que lhe permitiu financiar-se em 110 milhões de euros, através de uma oferta pública de subscrição de novas obrigações e de duas ofertas de troca sobre títulos que venciam em 2022 e 2023. A emissão permite um duplo objetivo: alongar maturidades e garantir níveis de liquidez confortáveis num quadro de instabilidade. "Esta operação é uma de muitas. Permite alongar maturidades de dívida e obter uma liquidez confortável para os tempos que estamos a atravessar", garantiu Gonçalo Moura Martins, em respostas ao Negócios, na sessão especial de bolsa para o apuramento de resultados da emissão de obrigações que vencem em 2026. A operação, dividida entre a emissão de novos títulos e a troca de obrigações que venciam no próximo ano e no seguinte, contam com uma forte procura por parte dos investidores, atraídos pelo juro de 4,25% pago pela construtora portuguesa. Gonçalo Moura Martins mostrou-se satisfeito com a confiança depositada pelos investidores, que aceitaram prolongar o investimento na Mota-Engil apesar dos tempos de instabilidade que se vivem nos mercados. "Quando conseguimos ultrapassar o escrutínio [dos investidores] isso deixa-nos muito satisfeitos", concluiu. Procura no retalho quase atinge valor global da oferta A procura totalizou 155,59 milhões de euros, o que se situa 1,41 vezes acima do valor final da emissão e 2,07 vezes acima do valor inicial de 75 milhões de euros. Do valor global da procura, 106,3 milhões de euros veio do segmento geral, ou seja, dos investidores de retalho, o que significa que apenas os pequenos investidores deram ordens para satisfazer quase por completo o valor pretendido pela Mota-Engil. A oferta ao retalho estava limitada a 81,2 milhões de euros, valor que, a 23 de novembro, dia em que a Mota-Engil aumentou o objeto da oferta de 75 para 110 milhões de euros, já tinha sido superado pela procura. Na OPS de novas obrigações, os investidores de retalho financiaram 38,2 milhões dos 40 milhões emitidos, tendo os restantes 1,82 milhões de euros sido colocados no segmento profissional. O valor mínimo (2.500 euros) recebeu ordens de 540 investidores, sendo que esta franja apenas contabilizou 1% do montante colocado. Para investimentos acima de 10.000 euros e com um teto de 100 mil euros houve 1364 investidores a mandar comprar, sendo que este grupo ficou com mais de metade (54%) dos 81 milhões de euros emitidos junto dos pequenos investidores. Por sua vez, 76 investidores investiram um montante superior a 100 mil euros, ficando com 10% do valor total colocado pela companhia. Devido à procura ter ultrapassado o objeto da oferta houve lugar a rateio sobre 1.289.000 de euros, tendo sido aplicado um fator de rateio de 0,288832913518. Já 87 mil euros foram a sorteio, após terem sido aplicados os fatores de rateio.
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