O preço do ouro quebrou esta quarta-feira a barreira dos quatro mil dólares por onça, com os investidores a procurarem refúgio devido a preocupações com a economia dos EUA e o "shutdown" que ainda decorre nos Estados Unidos a serem os mais recentes catalisadores.

A onça de ouro chegou a subir 1,36%, tocando o máximo histórico de 4.039,05 dólares, antes de aliviar ligeiramente. Neste momento, o preço do metal amarelo no mercado à vista (spot) é de 4,032,73 dólares por onça, uma valorização de 1,2%.

Os ganhos do metal precioso desde o início do ano superam os 50%, com o "rally" alimentado por um cenário global de grande incerteza, nomeadamente no comércio internacional, a política monetária da Reserva Federal (Fed) e a sua independência, bem como a saúde das finanças públicas da maior economia mundial. Acrescem as tensões geopolíticas, em particular os conflitos na Ucrânia e em Gaza, que têm alimentado a busca por ativos refúgio.

"O ouro quebrar os 4.000 dólares não é apenas devido ao medo, é sobre uma realocação de investimento", disse à Bloomberg Charu Chanana, estratega do Saxo Capital Markets. "Com os dados económicos em pausa e descidas das taxas de juro no horizonte, as "yields" estão a aliviar e as ações de empresas ligadas à IA parecem estar sobrevalorizadas", assinalou.