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Produção de petróleo só se mantém com 540 mil milhões de dólares por ano, diz IEA

A Agência Internacional de Energia alerta que o declínio acelerado dos campos de petróleo e gás ameaça a segurança energética mundial, obrigando a indústria a investir sobretudo para compensar perdas.

Produção de petróleo só se mantém com 540 mil milhões por ano, diz IEA
Produção de petróleo só se mantém com 540 mil milhões por ano, diz IEA Eli Hartman/AP
16:10

O mundo precisa investir cerca de 540 mil milhões de dólares por ano na exploração de petróleo e gás para manter o nível atual de produção até 2050, alerta a Agência Internacional de Energia (IEA).

, os investimentos globais em 2025 devem atingir 570 mil milhões de dólares, valor ligeiramente abaixo do registado em 2024. A IEA alerta, no entanto, que será necessário manter um nível próximo de 540 mil milhões de dólares anuais de forma consistente até 2050 para evitar que a produção caia.

O , que analisou mais de 15 mil campos de petróleo e gás, mostra que, após o pico, a produção convencional de petróleo cai em média 5,6% durante o ano e a de gás natural 6,8%. Sem novos investimentos, a oferta global poderia diminuir em cerca de 5,5 milhões de barris por dia, ou seja, o equivalente à produção combinada do Brasil e da Noruega, estando acima dos cerca de 4 milhões perdidos anualmente em 2010.

No caso do gás natural, o declínio acelerou para 270 mil milhões de metros cúbicos por ano, contra 180 mil milhões há 15 anos. A tendência é agravada pela crescente dependência do petróleo de xisto, sobretudo nos Estados Unidos, cujos campos se esgotam mais rapidamente do que as reservas convencionais.

Fatih Birol, diretor executivo da IEA, afirmou em comunicado citado pela Reuters que “as taxas de declínio são o elefante na sala em qualquer discussão sobre necessidades de investimento em petróleo e gás e a nossa nova análise mostra que estas se aceleraram nos últimos anos”. O responsável acrescentou que quase 90% dos investimentos anuais no setor “upstream” não servem para aumentar a oferta, mas sim para compensar perdas em campos já existentes.

O alerta da IEA surge num momento em que a . A Bloomberg recorda que, apesar de se prever, a BP antecipou que o crescimento fora da OPEP se manterá praticamente estável a partir de 2026 por um período de 12 a 18 meses.

O relatório também reacendeu a divergência entre a IEA e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Segundo a Reuters, a OPEP criticou a agência por não reconhecer que o seu relatório de 2021, que defendia não haver espaço para novos projetos de petróleo, gás e carvão caso o mundo quisesse cumprir as metas climáticas, teria contribuído para travar investimentos e criado incerteza sobre a procura de longo prazo. “Em contraste com a IEA, a OPEP tem defendido consistentemente investimentos atempados na indústria para compensar as taxas de declínio e responder ao crescimento da procura”, afirmou o grupo em comunicado.

O cenário delineado pela IEA expõe um dilema central: manter a produção global de petróleo e gás exige investimentos anuais massivos mas esse esforço entra em tensão com os compromissos de descarbonização. A necessidade de equilibrar segurança energética, estabilidade de mercado e metas climáticas coloca a indústria perante decisões estratégicas cada vez mais complexas.

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