A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) vai continuar, tal como se esperava, a abrir as torneiras da matéria-prima. A decisão foi tomada neste domingo por parte de oito países – Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Koweit, Cazaquistão, Argélia e Omã – que tinham firmado dois acordos voluntários de retenção da oferta.

O primeiro acordo começou a ser descontinuado faseadamente em abril passado e neste mês de setembro chegou ao fim, com a entrada total de 2,5 milhões de barris por dia no mercado. Agora chega a vez de este grupo, conhecido como V8, começar a pôr fim a um outro corte voluntário que ascende a 1,65 milhões de barris diários.

É já em outubro que este segundo acordo começa a ser descontinuado, com a entrada diária de 137 mil barris, anunciou o V8 em comunicado. E, tal como aconteceu com o acordo anterior, esta devolução faseada de crude ao mercado pode ser interrompida a qualquer momento, se necessário – isto é, se os preços do “ouro negro” acelerarem as quedas nos mercados internacionais.

“Os 1,65 milhões de barris por dia deverão ser gradualmente devolvidos de forma parcial ou total, dependendo da evolução das condições do mercado”, referem os oito países da OPEP+.

Os preços do crude caem mais de 10% este ano, tanto em Londres como em Nova Iorque, mas o recuo não está a ser tão expressivo como se receava que poderia acontecer com a entrada de mais matéria-prima no circuito da oferta, pelo que o V8 decidiu prosseguir com este seu plano, de modo a conseguir recuperar parte da quota de mercado que tem estado a ser abocanhada por outros produtores fora da OPEP+.

Fica ainda em vigor um terceiro acordo de retirada de crude da oferta, definido em 2022, que vigora para toda a OPEP+ e que assenta num corte de dois milhões de barris diários – repartidos por todos os membros. Este acordo expira no final de 2026.