Wall Street despede-se do volátil mês de outubro com ganhos
De riscos geopolíticos a incertezas no plano comercial, passando pelo "shutdown” do Governo, os investidores tiveram muito que digerir em outubro. Os índices somaram hoje ganhos, impulsionados pelos resultados das cotadas, que continuam a "dar gás" a Wall Street. Amazon disparou 10%.
Os principais índices norte-americanos terminaram a última sessão de um mês extremamente volátil no verde, com o otimismo em torno da “earnings season” a pesar mais sobre o sentimento dos investidores do que preocupações em torno de uma possível “bolha” entre as gigantes tecnológicas.
O S&P 500 subiu 0,26%, para os 6.840,19, o tecnológico Nasdaq Composite pulou 0,61% para os 23.724,96. Já o Dow Jones avançou 0,09% para os 47.562,69.
De riscos geopolíticos a incertezas no plano comercial, passando pelo "shutdown” do Governo Federal dos EUA, os investidores tiveram muito que digerir em outubro. Durante o mês, os índices norte-americanos bateram sucessivos recordes, mas também experienciaram a queda mais abrupta desde o “dia da libertação” de Trump em abril.
No fim de contas, parece ter prevalecido entre os investidores a confiança nas empresas norte-americanas e apostas de que os cortes nas taxas de juro poderão manter o ímpeto positivo dos resultados que têm sido apresentados pelas cotadas.
Para Mark Hackett, da Nationwide, “a maioria dos indicadores continua a apoiar um mercado forte até ao final do ano”, cita a Bloomberg. Desde o “colapso” dos ativos de risco em abril, o S&P 500 subiu quase 40% e está agora a caminho da sua mais longa sequência de ganhos mensais desde 2021. E para o Nasdaq, a “caminhada” parece estar a correr ainda melhor: o índice registou valorizações consecutivas nos últimos sete meses, a mais longa série de subidas em cerca de oito anos, impulsionado pelas contas das grandes empresas tecnológicas e pelo otimismo em relação à inteligência artificial.
E se a história servir de guia, novembro dá início aos melhores seis meses do ano para os ativos de risco norte-americanos. A questão colocada entre analistas citados pela agência de notícias financeiras é se esses ganhos não terão sido já incorporados no preço das ações, após um dos maiores períodos de ganhos do S&P 500 desde a década de 1950. Do ponto de vista da avaliação, o índice está agora a negociar 23 vezes acima dos lucros previstos, valor que fica bastante acima da média das últimas duas décadas.
Entre os movimentos do mercado, a Apple e a Amazon estiveram em destaque, depois de ontem terem apresentado resultados trimestrais que ficaram acima das expectativas dos mercados. A Amazon ganhou quase 10% durante o dia de hoje, enquanto a empresa da maçã registou perdas de 0,38%, pressionada por fracas vendas na China.
Quanto às restantes “big tech”, a Nvidia - única entre as gigantes tecnológicas que ainda não apresentou resultados - cedeu 0,16%, a Alphabet caiu 0,028%, a Microsoft desvalorizou 1,52% e a Meta tombou 2,72%.
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