Europa encerra no vermelho. Energia vive pior dia desde outubro de 2023

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
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Lucas Jackson/Reuters
Diogo Mendo Fernandes e Inês Santinhos Gonçalves e Ricardo Jesus Silva 03 de Setembro de 2024 às 17:59
Últimos eventos
Futuros da Europa inalterados. Ásia no vermelho

Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão praticamente inalterado, com os futuros do Euro Stoxx 50 a cederem 0,04%.

Os investidores deverão avaliar alguns dados económicos, que incluem o desemprego em Espanha, bem como saldo orçamental em França. Ainda a centrar atenções estará o retomar de negociações em Wall Street, depois de as bolsas norte-americanas terem estado encerradas devido a um feriado.

Na Ásia, os principais índices negociaram no vermelho, mantendo a tendência negativa, depois de ontem terem registado a maior queda em quase um mês. Isto numa sessão em que os volumes foram reduzidos devido ao feriado nos Estados Unidos.

A escapar às perdas esteve apenas o japonês Topix que valorizou pela sexta sessão consecutiva, à boleia de ganhos no setor da banca.

Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, perde 0,4% e o Shanghai Composite recua 0,35%. No Japão, o Nikkei cedeu 0,04% e o Topix subiu 0,64%. Já na Coreia do Sul, o Kospi regista um decréscimo de 0,49%.

Petróleo misto. Fraca procura na China sobrepõem-se a disrupções na Líbia

Os preços do petróleo estão a negociar mistos, numa altura em que o reduzido crescimento económico na China, o maior importador de crude do mundo, está a gerar preocupações relativamente ao consumo e a sobrepor-se ao impacto de um corte na produção e das exportações da Líbia.

O contrato de outubro do West Texas Intermediate, de referência para os EUA, soma 0,79%, para os 74,13 dólares por barril. Já o contrato de novembro do Brent, de referência para o continente europeu, perde 0,14%, para os 77,14 dólares por barril.

"O petróleo continua sob pressão devido às persistentes preocupações com a procura na China. E os dados dos índices gestores de compras (PMI) abaixo do esperado durante o fim de semana fizeram pouco para aliviar estas preocupações", afirmou à Reuters Warren Patterson do ING.

Ouro recupera. Fed continua a centrar atenções

O ouro está a ganhar ligeiramente, estando a recuperar das perdas registadas durante a sessão asiática, numa altura em que os investidores aguardam alguns indicadores sobre o mercado de trabalho norte-americano que deverá clarificar a dimensão e o número de cortes de juros pela Reserva Federal.

O metal amarelo avança 0,1% para 2.501,92 dólares por onça.

A pressionar o metal esteve a força do dólar, que torna o ouro mais dispendioso para compradores em moeda estrangeira.

"O ouro não está a conseguir recuperar os níveis em torno de máximos históricos devido à falta de novos catalisadores. Se os dados dos EUA apontarem para uma economia fraca e a Reserva Federal assumir uma narrativa de corte de juros de maior dimensão, o ouro deverá recuperar", afirmou à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.

Dólar inalterado à espera de novos catalisadores

O dólar está praticamente inalterado na transição da sessão asiática para a europeia, sem catalisadores a gerarem um movimento ascendente ou descendente. As atenções seguem no final da semana, com a divulgação de dados que deverão dar maior clareza sobre o caminho da política monetária nos Estados Unidos.

A "nota verde" segue a somar 0,1% para 0,9041 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda face a 10 divisas rivais - avança 0,01% para 101,666 dólares.

Os dados do mercado de trabalho vão ser cruciais para pôr fim ao debate entre um corte de 25 ou 50 pontos base em setembro, disse à Reuters Charu Chanana, analista do Saxo Bank.

"Se os dados se mantiverem robustos, é mais provável um corte de 25 pontos base. No entanto, se a criação de emprego for mais baixa, especialmente se cair abaixo dos 130 mil, com outro aumento do desemprego, poderia empurrar o mercado de taxas para mais perto de um corte de 50 pontos base", rematou. 

Juros da Zona Euro sem tendência definida

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a negociar entre ganhos e perdas esta terça-feira, numa altura em que os investidores parecem estar a optar por ativos de maior risco, como ações. 

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, somam 0,3 pontos base, para 2,919%, enquanto em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento cede 0,1 pontos, para 3,143%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresce 0,6 pontos base, para 3,039%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviam em 1 ponto, para 2,324%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, recuam 1,5 pontos base para 4,036%.

Europa em alta ligeira. Imobiliário corrige após alcançar máximos de 19 meses

Os principais índices europeus estão a valorizar muito ligeiramente, com os investidores a aguardarem novos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos que deverá dar mais pistas sobre o caminho futuro da política monetária do outro lado do Atlântico e que deverá, pela positiva ou negativa, ser um catalisador.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,1% para 525,48 pontos, valor que a confirmar-se no fecho seria o mais elevado de sempre no final da sessão. O máximo histórico intradiário fixa-se nos 526,66 pontos e foi atingido na passada sexta-feira.

A registar os maiores ganhos está o setor das "utilities" (água, luz, gás) e da indústria. Pela negativa, o setor mineiro perde cerca de 0,63%.

O setor do imobiliário, que atingiu ontem máximos de 19 meses, à boleia de uma recomendação do Morgan Stanley de que o setor é agora atrativo, está a corrigir e recua 0,5%. A impulsionar o setor ontem esteve também a Rightmove, que escalou mais de 27%, depois de o grupo REA ter revelado que está a considerar uma proposta de uma oferta pública de aquisição (OPA). A empresa recua hoje mais de 1%.

Os "traders" estão em modo de "esperar para ver", à espera dos dados da produção industrial nos Estados Unidos, bem como os números do emprego no final da semana, disse à Reuters Alexandra Hezez, chief investment officer do grupo Richeleu.

"Os mercados permanecem calmos e a volatilidade diminiu", começou por referir, acrescentando que "os investidores aguardam dados económicos que confirmem que a economia norte-americana está a desacelerar, mas que, por agora, não há razões para prever uma recessão".

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,26%, o francês CAC-40 valoriza 0,25%, o italiano FTSEMIB ganha 0,16%, o britânico FTSE 100 sobe 0,03% e o espanhol IBEX 35 avança 0,02%. Em Lisboa, o PSI soma 0,08%.

Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,03%.

Euribor voltam a bater mínimos a três meses mas sobem a seis e a 12 meses

A Euribor a três meses voltou a atingir hoje mínimos, com os restantes prazos a avançarem em relação ao registado na segunda-feira.

A Euribor a três meses fixou-se assim em 3,458%, atingindo mínimos desde 25 de maio de 2023.

Já a Euribor a seis meses avançou para 3,381%, quando na segunda-feira estava a 3,351%, um mínimo também.

A Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, esteve acima de 4% entre setembro e dezembro do ano passado.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,7% e 25,7%, respetivamente.

A 12 meses, a Euribor subiu para 3,113%, face aos 3,072% em que se fixou no início da semana.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em agosto voltou a descer em todos os prazos, tendo baixado a três meses para 3,548% (3,685% em julho), para 3,425% a seis meses (3,644% em julho) e para 3,166% a 12 meses (3,526% em julho).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Wall Street arranca setembro em baixa com investidores à espera de dados económicos

Wall Street arrancou o mês de setembro a negociar em baixa, depois de ter estado encerrada na segunda-feira devido a feriado. Os investidores aguardam agora por novos dados económicos para perceberem a magnitude do corte das taxas de juro que a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai adotar na próxima reunião.

O S&P 500 abriu a perder 0,43% para 5.623,89 pontos. Já o Nasdaq Composite cede 0,72% para 17.585,45 pontos, enquanto o Dow Jones recua 0,18% para 41.489,67 pontos.

As atenções dos investidores estão viradas para os dados da criação de emprego que vão ser divulgados na sexta-feira, numa altura em que Jerome Powell, presidente da Fed, juntou ao combate à inflação elevada a necessidade premente de proteger a robustez do mercado laboral. No entanto, ainda hoje vão ser conhecidos os dados do índice de gestores de compras para a indústria no mês de agosto, que devem indicar uma maior confiança na economia.

As bolsas norte-americanas foram pressionadas pelas quedas registadas na Nvidia, que abriu a sessão a recuar 5,42% para 112,90 dólares, mesmo depois de ter apresentado um crescimento nos lucros acima do esperado pelo mercado. O "outlook" para o próximo trimestre está a castigar a cotada em bolsa, mas os analistas não acreditam que a gigante tecnológica já atingiu o seu máximo de valorização em bolsa.

Tanto o S&P 500, como o Dow Jones, terminaram agosto com ganhos, apesar das perdas iniciais registadas no início do mês. O índice industrial está a negociar perto de máximos históricos, enquanto o "benchmark" para a região negoceia a cerca de 1% de níveis recordes.

Ouro abaixo dos 2.500 dólares antes dos dados do emprego

O ouro segue a desvalorizar antes da divulgação dos dados do emprego nos EUA, na sexta-feira - são dados que podem influenciar o rumo da política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

O metal amarelo perde 0,88% para 2.477,59 dólares por onça. 

O ouro mantém-se, assim, abaixo da fasquia dos 2.500 dólares, depois de duas sessões em queda. Espera-se que os dados da criação de emprego ajudem a perceber se a Fed vai ou não avançar para cortes nas taxas de juro. Juros mais baixos tendem a beneficiar o ouro.

"O ouro é a matéria-prima em relação à qual temos maior confiança de uma melhoria a curto prazo", diz um relatório da Goldman Sachs, citado pela Bloomberg. O banco mantém a meta dos 2.700 dólares por onça no início de 2025.

Petróleo afunda com possível retoma de produção na Líbia. Brent abaixo dos 75 dólares

O acordo para restaurar a produção de crude na Líbia está cada vez mais eminente e os preços do petróleo estão a ser castigados nos mercados internacionais. Existe agora a possibilidade de mais de meio milhão de barris voltarem ao mercado, numa altura em que a procura mundial por esta matéria-prima está a ser bastante pressionada pelas perspetivas económicas nos EUA e na China.

A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, afunda 4,05%, para os 70,57 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, derrapa 4,44% e negoceia agora abaixo da linha dos 75 dólares por barril (74,08 dólares).

Tanto o WTI, como o Brent, já apagaram os ganhos anuais que até tinham reforçado na sessão de segunda-feira, à boleia das tensões geopolíticas vividas no Médio Oriente e uma procura global em queda.

No entanto, com a possível retoma da produção de crude na Líbia, aliada a uma perspetiva de aumento de produção em 180 mil barris por dia pela OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), os preços do petróleo estão novamente a ser bastante pressionados.

"Os investidores devem estar à espera de perceber o que a OPEP+ vai fazer com a produção em outubro, antes de ganharem coragem para comprar em desconto", afirma Rebecca Babin, estratega da CIBC Private Wealth, à Bloomberg.

Ainda a pressionar os preços do petróleo está a decisão do governo norte-americano em aplicar novas sanções à Venezuela, em resposta à reeleição contestada de Nicolás Maduro como presidente do país da América Latina. De acordo com os dados mais recentes, lançados em fevereiro pela empresa estatal Petróleos de Venezuela, o país tem as maiores reservas de petróleo do mundo, com cerca de 300,9 mil milhões de barris.

Euro recua para mínimos de duas semanas. Iene dispara com perspetivas de subida de juros

O euro está a negociar em mínimos de duas semanas em relação ao dólar, numa altura em que os investidores antecipam uma semana repleta de dados económicos, que culmina na sexta-feira com os números da criação de emprego nos EUA.

A moeda comum recua 0,30% para 1,1039 dólares, enquanto a libra cai 0,41% para 1,3092 dólares. O índice do dólar da Reuters – que mede a força da divisa contra as suas seis principais concorrentes – avança, por sua vez, 0,14%, depois de ter encerrado o mês de agosto com uma queda considerável de 2,2%. Foi o pior mês para o dólar desde novembro de 2023.

No entanto, o cenário inverte-se em relação ao iene. A divisa nipónica continua o seu "rally" face ao dólar, depois de o banco central japonês ter reiterado que irá continuar a subir as taxas de juro se a economia e a inflação continuarem no caminho que os analistas e os decisores preveem. O dólar recua 0,80% para 145,75 ienes.  

Só nos últimos dois meses, o iene já avançou 10% em relação ao dólar, o que também se deve à intervenção da autoridade monetária japonesa na divisa.

Os investidores aguardam agora pelos dados da criação de emprego que vão ser divulgados na sexta-feira nos EUA. Os analistas esperam que, em agosto, tenham sido criados 165 mil postos de trabalho na maior economia do mundo - um crescimento face aos 114 mil criados em julho. "Um relatório de emprego mais fraco levaria o dólar a cair", afirma Fawad Razaqzada, analista da StoneX, numa nota acedida pela Reuters. 

Juros da Zona Euro aliviam em toda a linha

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram na segunda sessão de setembro, com o aumento da procura das obrigações, num momento em que os investidores se afastam de ativos de maior risco, como é o caso das ações. 

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, recuaram 3,7 pontos base, para 2,880%, enquanto em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento cedeu 4,2 pontos para 3,101%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa diminuíu 3,6 pontos base para 2,997%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram em 5,9 pontos, para 2,274%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, registaram a maior redução do continente europeu, ao recuaram 6,3 pontos base para 3,988%.

Europa encerra no vermelho. Energia vive pior dia desde outubro de 2023

As bolsas europeias encerraram no vermelho, acentuando as perdas ligeiras registadas na sessão anterior. É um início de setembro mais pessimista para a região, depois de um agosto forte, mas volátil, na negociação de ações, que levou o principal índice europeu, o Stoxx 600, a atingir máximos históricos, ultrapassando os 525 pontos.

O "benchmark" para a Europa encerrou a sessão a deslizar 0,97% para os 519,84 pontos, com os setores mineiro, da energia e das tecnologias a pressionarem o principal índice europeu e a registarem quedas de 3,33%, 2,78% e 2,29%, respetivamente. O setor da energia viveu, mesmo, o pior dia desde outubro do ano passado, pressionado pela queda nos preços de petróleo nos mercados internacionais. 

Entre os principais movimentos do mercado, a Nexans chegou a disparar mais de 8% e a atingir máximos intradiários, depois de a empresa francesa ter ganho um concurso para a construção de um cabo de energia submarino entre a Grécia e o Chipre, de acordo com a Reuters. A Nexans terminou a sessão a disparar 4,48% para 123,50 euros.

Os investidores estiveram, esta terça-feira, a reagir aos dados económicos divulgados no Reino Unido, que viu as vendas a retalho em agosto crescerem 1%, quando comparado com o período homólogo. Em agosto de 2023, o crescimento tinha sido de 4,1%.

"Apesar do verão ter finalmente aparecido [no Reino Unido] e apesar de um ligeiro crescimento na confiança do consumidor, os consumidores não aumentaram assim tanto os seus gastos, o que reflete o ambiente desafiante que o setor de retalho está a viver e vai provavelmente dominar durante o resto do ano", afirmou Linda Ellet, da KPMG, à Reuters.

O principal índice britânico encerrou a sessão a desvalorizar 0,78% - um sentimento que foi acompanhado pelas restantes praças europeias. O alemão DAX caiu 0,97%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,93%, enquanto em Amesterão o AEX subtraiu 1.29%. A perder estiveram ainda o italiano FTSE MIB, que recuou 1,33%, e o espanhol IBEX 35, que caiu 1,02%.

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