Wall Street sem rumo apesar de "shutdown" mais próximo do fim. AMD dispara mais de 7%
Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
Europa negoceia em máximos com "earnings season" positiva perto de chegar ao fim
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos. França é exceção
Iene negoceia perto de mínimos de 9 meses face ao dólar
Ouro pressionado por dólar mais forte e retirada de mais-valias
Preços do petróleo caem depois de fortes aumentos. Mercados atentos à reabertura do Governo dos EUA
Ásia fecha em alta com expectativas de corte de juros nos EUA. Futuros europeus avançam
Wall Street sem rumo apesar de "shutdown" mais próximo do fim. AMD dispara mais de 7%
Os principais índices norte-americanos arrancaram a negociação desta terça-feira divididos entre ganhos e perdas, numa altura em que os investidores continuam a digerir um possível fim daquele que é já o "shutdown" mais longo da história dos EUA. Os bons resultados e perspetivas da fabricante de semicondutores Advanced Micro Devices (AMD) não estão a ser suficientes para devolver o ânimo ao setor tecnológico, numa altura em que persistem as dúvidas em torno das avaliações das ações ligadas à inteligência artificial (IA).
A esta hora, o S&P 500 avança 0,23% para 6.862,23 pontos e o industrial Dow Jones ganha 0,75% para 48.287,47 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite cai 0,25% para 23.410,72 pontos. Este último índice acabou por terminar a última sessão no vermelho, pressionado pela Nvidia, que cedeu quase 3%, depois de o SoftBank ter vendido toda a sua participação na fabricante de "chips" por 5,83 mil milhões de dólares para ajudar a financiar investimentos em inteligência artificial.
A câmara baixa do Congresso norte-americano deverá votar hoje o acordo alcançado entre republicanos e alguns democratas e independentes, depois de o Senado já ter dado "luz verde" ao documento. O partido de Donald Trump tem a maioria necessária para fazer passar o projeto, mas a margem de erro é curta: os conservadores só podem perder votos na Câmara dos Representantes.
"Há uma montanha ainda maior à nossa frente, que é a retomada de todos os dados económicos" com o fim do "shutdown", afirma Michael Landsberg, diretor de investimentos da Landsberg Bennett Private Wealth Management, à Reuters. "O mercado tem estado a voar às cegas, sem dados, e agora, à medida que a névoa se dissipa, veremos se o posicionamento do mercado estava correto e se ainda há um caminho tranquilo pela frente - ou se será necessária uma grande reavaliação", conclui.
Entre as principais movimentações de mercado, a AMD dispara 7,74% para 255,90 dólares, depois de ter visto as suas vendas crescer para 9,25 mil milhões de dólares, quando o mercado esperava apenas 8,74 mil milhões. A empresa prevê que as receitas com centros de dados disparem nos próximos cinco anos, atingindo os 100 mil milhões de dólares.
Já a IBM avança 2,72% para 322,42 dólares, após a empresa ter anunciado que produziu um novo "chip" de computação quântica experimental, nomeado de Loon, que está a deixar os investidores animados quanto ao futuro deste tipo de semicondutores e o seu uso na inteligência artificial até ao final da década.
Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,048%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,139%) e a 12 meses (2,224%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,139%, mais 0,012 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro indicam que a Euribor a seis meses representava 38,3% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,87% e 25,33%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,224%, mais 0,008 pontos do que na sessão anterior.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu para 2,048%, mais 0,016 pontos do que na terça-feira.
Em relação à média mensal da Euribor em outubro esta subiu de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em outubro subiu 0,007 pontos para 2,034% a três meses e 0,005 pontos para 2,107% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em outubro, designadamente 0,015 pontos para 2,187%.
Em 30 de outubro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela terceira reunião de política monetária consecutiva, como tinha sido antecipado pelo mercado e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, considerou no final da reunião de 30 de outubro em Florença que a entidade se encontra "em boa posição" do ponto de vista da política monetária, mas que não é um lugar fixo.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 e 18 de dezembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa negoceia em máximos com "earnings season" positiva perto de chegar ao fim
Os principais índices europeus estão a negociar com ganhos e seguem a fixar novos recordes, com o apetite pelo risco a permanecer em alta, à medida que o esperado fim do “shutdown” dos EUA e resultados sólidos por parte de cotadas do Velho Continente continuam a impulsionar o sentimento entre os investidores.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – avança 0,52%, para os 583,15 pontos e negoceia próximo de máximos históricos.
Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX sobe 1,06%, o espanhol IBEX 35 soma 1,05%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,97% e o francês CAC-40 ganha 0,85%. Já o britânico FTSE 100 perde 0,03% e o neerlandês AEX recua 0,10%.
Entre os setores, o das “utilities” (+1,08%), a banca (+1,13%) e o automóvel (+1,34%) registam os maiores ganhos esta manhã, numa altura em que os media, o retalho, o turismo e os serviços financeiros registam perdas.
Os fortes lucros e as perspetivas positivas para a economia do velho Continente seguem a apoiar os ganhos das ações europeias, sendo que o "benchmark" Stoxx 600 já ganhou cerca de 15% desde o início do ano. E com a temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre quase a acabar, o crescimento dos lucros por ação para o Índice MSCI Europe está em 5,7%, em comparação com as expectativas que apontavam para um crescimento nulo, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Entre os movimentos do mercado, a SSE soma ganhos de quase 9%, à medida que a fornecedora de eletricidade britânica procura angariar 2 mil milhões de libras para financiar o seu programa de investimentos. Já a suíça Alcon valoriza mais de 6%, depois de a empresa ter mantido a sua previsão de lucros por ação para o ano inteiro. No setor financeiro, o ABN Amro Bank avança perto de 4%, após ter anunciado que chegaram a acordo para adquirir o NIBC Bank à Blackstone por cerca de 960 milhões de euros.
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos. França é exceção
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se em praticamente toda a linha, com os investidores a mostrar maior apetite por ativos de risco como as ações. Isto num dia em que a Alemanha tem a sua última venda deste ano de obrigações com maturidade a longo prazo.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 0,9 pontos-base, para 3,013%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade sobe igualmente 0,9 pontos, para 3,171%.
Já os juros da dívida soberana italiana avançam 1 ponto, para 3,408%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa segue a tendência inversa e alivia 0,3 pontos-base, para 3,419%. Os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, somam 1,3 pontos, para os 2,669%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravam-se em 3,4 pontos-base, para 4,420%.
Iene negoceia perto de mínimos de 9 meses face ao dólar
O iene – considerado um ativo-refúgio - atingiu nesta quarta-feira o seu valor mais baixo em cerca de nove meses, enquanto o dólar segue a perder terreno - depois de ainda ter registado valorizações - após dados sobre o emprego no setor privado dos EUA terem alimentado preocupações com a fraqueza do mercado de trabalho no país.
A divisa japonesa atingiu os 154,79 ienes por dólar, o seu nível mais baixo desde fevereiro, antes de recuperar ligeiramente as suas perdas após comentários da ministra das Finanças japonesa, Satsuki Katayama. Katayama afirmou que não negaria que os aspetos negativos de um iene mais fraco na economia se tornaram mais pronunciados do que os positivos.
A esta hora, em relação ao iene, o dólar ganha 0,36%, para 154,710 ienes.
Do lado de lá do Atlântico, a ADP disse que as empresas privadas norte-americanas eliminaram mais de 11 mil empregos por semana até o final de outubro, apontando para um enfraquecimento ainda maior no mercado de trabalho, situação que está a ser acompanhado de perto pelos decisores de política monetária da Reserva Federal (Fed).
Depois de ainda ter registado ganhos, os dados da ADP seguem agora a pressionar o dólar, já que os “traders” aumentaram as apostas quanto a uma possível flexibilização das taxas de juro em dezembro.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar sobe 0,06%, para 99,498 pontos.
Por cá, o euro ganha ligeiros 0,03%, para os 1,159 dólares. Ainda pela Europa, a libra avança 0,02%, para os 1,315 dólares.
Ouro pressionado por dólar mais forte e retirada de mais-valias
Os preços do ouro negoceiam com perdas esta manhã, pressionados por uma ligeira recuperação do dólar e pela realização de mais-valias, depois de o metal amarelo ter atingido máximos de quase três semanas na sessão anterior, impulsionado pela expectativa de cortes nas taxas diretoras da Reserva Federal dos EUA.
A esta hora, o metal precioso cai 0,09%, para os 4.123,150 dólares por onça.
“Parece que o ‘serviço normal foi retomado’ para o ouro, com o metal precioso a ser negociado novamente acima de 4.100 dólares por onça, enquanto se aguarda valores ainda mais altos, caso os dados macroeconómicos dos EUA continuem a apoiar uma flexibilização adicional da política monetária”, disse à Reuters Tim Waterer, da KCM Trade.
Os “traders” estão agora a prever uma probabilidade de cerca de 68% de que o banco central dos EUA reduza as taxas diretoras em 25 pontos-base no próximo mês, acima dos 64% registados na sessão anterior, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Isto depois de dados do setor privado terem apontado para um setor laboral que dá sinais de abrandamento.
O ouro, que não rende juros, tende a ter um bom desempenho num ambiente de taxas de juros mais baixas.
Preços do petróleo caem depois de fortes aumentos. Mercados atentos à reabertura do Governo dos EUA
Os preços do petróleo negoceiam com perdas esta manhã, mas ainda mantêm grande parte dos ganhos da sessão anterior, entre expectativas de que o fim da mais longa paralisação de sempre do Governo Federal dos EUA possa impulsionar a procura por petróleo naquele que é o maior consumidor de crude ao nível mundial.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza 0,44% para os 60,77 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a perder 0,46% para os 64,87 dólares por barril.
A Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, deve votar na tarde desta quarta-feira um projeto de lei, já aprovado pelo Senado, que restauraria o financiamento das agências governamentais até 30 de janeiro.
Espera-se que a reabertura do Governo aumente a confiança do consumidor e a atividade económica, estimulando a procura por petróleo bruto. Além disso, também se espera a retoma à normalidade nos aeroportos norte-americanos possa levar a uma recuperação no consumo de combustível de aviação.
A Agência Internacional de Energia (AIE) previu na sua publicação anual World Energy Outlook, divulgada esta quarta-feira, que a procura de petróleo e gás poderá continuar a crescer até 2050. A previsão afasta-se das expectativas anteriores da AIE de que a procura global de petróleo atingiria o seu pico nesta década, com a organização a afastar-se de um método de previsão baseado em compromissos climáticos e voltando-se antes para um método que tem em consideração apenas as políticas existentes.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Administração de Informação Energética dos EUA também divulgarão as suas previsões mensais durante o dia de hoje.
Já do lado da oferta, as sanções dos EUA contra as duas maiores produtoras de petróleo da Rússia, Lukoil e Rosneft, estão a começar a surtir efeito, dando algum apoio aos preços do “ouro negro”.
Ásia fecha em alta com expectativas de corte de juros nos EUA. Futuros europeus avançam
Os principais índices asiáticos fecharam a sessão desta quarta-feira a registar uma maioria de ganhos, depois de dados fracos sobre o mercado de trabalho norte-americano terem reforçado as apostas dos investidores numa flexibilização das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) em dezembro. O índice regional MSCI Ásia-Pacífico subiu cerca de 0,50%, impulsionado por cotadas do setor tecnológico. Ao mesmo tempo, os futuros do Euro Stoxx 50 somam 0,40% a esta hora e apontam para uma abertura em alta.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 0,43% e o Topix valorizou 1,14%. Também o sul-coreano Kospi registou ganhos e pulou 1,07%. Na China, o Hang Seng de Hong Kong avançou 0,84% e o Shanghai Composite perdeu 0,065%.
Os números do emprego da ADP Research sinalizaram um abrandamento na segunda metade de outubro no mercado laboral dos EUA. E o “shutdown” do Governo Federal aumentou a importância de dados privados, como os da ADP. Ainda assim, espera-se que a retoma na divulgação de dados oficiais possa estar para breve, já que a paralisação recorde está agora a caminho de terminar nesta quarta-feira, depois de o Senado ter aprovado uma medida de financiamento temporário que impulsionou as ações, com os investidores a prepararem-se para uma enxurrada de dados atrasados assim que as agências federais reabrirem.
“À medida que as funções governamentais são retomadas, esperamos uma leitura mais clara dos dados económicos, um passo importante para avaliar a força subjacente da atividade dos EUA”, disse à Bloomberg Rajeev De Mello, da Gama Asset Management. “O posicionamento dos investidores está a ajustar-se a uma confluência de fatores favoráveis”, acrescentou.
Pela Ásia, entre os movimentos de mercado destacou-se a japonesa Sony, que ganhou mais de 3,60%, ainda impulsionada pelos resultados trimestrais e o “outlook” positivo apresentados. Por outro lado, a Pop Mart perdeu quase 1%, após um relatório da Bernstein citado pela Bloomberg ter mostrado que os resultados da empresa fabricante dos Labubu no trimestre de dezembro podem vir a ficar aquém das expectativas.
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