Fed atira Wall Street para terreno negativo. Europa termina dia pintada de vermelho

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
bolsas, fundos, ações, traders, operadores
Carlos Jasso/Reuters
Sílvia Abreu 17 de Novembro de 2022 às 17:23
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Europa aponta para o vermelho. Tecnológicas chinesas pressionam Ásia

A Europa aponta para um arranque de sessão com uma ligeira queda, um dia após ter sido clarificado que os mísseis que caíram em território polaco não foram disparados pela Rússia e de ter sido divulgada a inflação de outubro no Reino Unido. O aumento dos preços no país acelerou para os 11,1% - um máximo de 41 anos.

Na noite de quarta-feira foi também noticiado que o Banco Central Europeu (BCE) está a ponderar abrandar o ritmo de aumento das taxas de juro. A notícia foi avançada pela Bloomberg, que cita fontes não identificadas com conhecimento do assunto.

Os futuros do Euro Stoxx 50 descem 0,1%.

Na Ásia, vermelho foi a cor que dominou. A pressionar os índice asiáticos está, sobretudo, o "sell-off" no setor tecnológico, mas o aviso do banco central chinês quanto ao aumento da inflação também influenciou o sentimento dos investidores.

Petróleo cede. Preços do gás recuam 9%

O preço do petróleo segue a desvalorizar, numa altura em que as preocupações dos investidores estão novamente centradas nas previsões de uma menor procura pelo "ouro negro". 

O West Texas Intermediate - referência para os Estados Unidos - recua 1% para os 84,73 dólares por barril, enquanto, em Londres, o Brent do Mar do Norte cai 0,72% para os 92,19 euros por barril.

As notícias mais recentes não têm sido favoráveis ao petróleo, com a China, principal importador mundial de crude, a ver um aumento de casos covid-19 apesar dos esforços para erradicar a doença, e a JPMorgan Chase a prever que os Estados Unidos entrem numa "leve recessão" no próximo ano, devido à subida das taxas de juro.

Já os preços do gás natural voltaram a cair, pressionados pelas previsões meteorológicas que indicam temperaturas acima do habitual nos próximos dias. O tempo mais quente adia a necessidade de aquecimento em vários países, reduzindo assim a procura pela matéria-prima.

Os futuros do gás negociado em Amesterdão - referência para a Europa - cedem 9,1% para os 103,50 euros megawatt-hora.

As reservas de gás na Europa estão praticamente cheias, o que deverá ser suficiente para superar o inverno, mas o mercado continua a negociar ao sabor das temperaturas, oscilando entre ganhos e perdas consoante as previsões.

Os futuros do gás negociado em Amesterdão - referência para a Europa - cedem 9,1% para os 103,50 euros megawatt-hora.

Comentários da Fed pressionam ouro

O ouro segue a desvalorizar ligeiramente esta quinta-feira, após o discurso de responsáveis da Reserva Federal norte-americano (Fed) terem dado a entender que o aumento das taxas de juro vai continuar. 

"Parar a subida das taxas de juro está fora de hipótese", afirmou esta quarta-feira a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly. Uma política monetária mais dura tende a dar força ao dólar e a pressionar o ouro, cotado na divisa norte-americana.

O metal amarelo desce 0,31% para os 1.768,33 dólares por onça, enquanto o paládio cede 0,76% para 2.060,71 dólares e a platina sobe 0,06% para 1.009,89 dólares.

O ano tem sido duro para o ouro, que desde o pico atingido em março - após a guerra na Ucrânia - já perdeu mais de 10%. 

Euro na linha d'água face ao dólar

O euro cede ligeiramente face ao dólar, estando a recuar 0,01% para 1,0394 dólares. 

Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - sobe 0,04% para 106.330 pontos. A moeda norte-americana encontrou alguma estabilidade após as declarações de responsáveis da Fed e de um forte conjunto de dados no retalho. As vendas a retalho nos EUA subiram 1,3% em outubro, superando as previsões dos analistas (1%). 

 

Os números mostram que os norte-americanos gastaram mais no mês passado, o que pode ser visto pela Reserva Federal dos Estados Unidos como um sinal de que o "aperto" monetário pode ir mais longe.

Juros aliviam na Zona Euro

Os juros seguem a aliviar, um dia após ter sido noticiado que o Banco Central Europeu estará a ponderar um aumento das taxas de juro menos expressivo. Fontes não identificadas reveleram à Bloomberg que o banco central está a considerar uma subida de 50 pontos base, abaixo das últimas duas decisões tomadas (75 pontos).

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos recuam 4,7 pontos base para 1,946%, enquanto os juros da dívida italiana cai 4,4 pontos base para 3,873%. 

Já os juros da dívida soberana francesa perdem 4,4 pontos base para 2,430% e a "yield" das obrigações espanholas desvalorizam 4,3 pontos base para 2,958%. Por cá, os juros da dívida portuguesa são os que mais cedem, com um alívio de 6,1 pontos base para 2,885%. 

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica perdem 4,7 pontos base para 3,089%.

Europa começa o dia maioritariamente no verde

A Europa arrancou o dia maioritariamente no verde, impulsionada pela perspetiva de que o Banco Central Europeu estará a considerar um aumento de 50 pontos base (e não 75) em dezembro. O avanço nas bolsas europeias acontece depois de na quarta-feira o Stoxx 600 ter fechado com a maior queda em cinco semanas, devido à instabilidade provocada pela queda de um míssil em território polaco.

O Stoxx 600 - índice de referência para a Europa - sobe 0,49% para 432,37 pontos, com os setores industrial e das viagens a dar o maior contributo (1% e 1,08%, respetivamente).

Nas restantes praças europeias, o alemão Dax valoriza 0,90%, o francês CAC-40 cresce 0,14%, o italiano FTSE Mib soma 0,49% e, em Amesterdão, o Aex cresce 0,09%. Apenas o espanhol Ibex e o britânico FTSE 100 arrancaram o dia com perdas, 0,01% e 0,09%, respetivamente.

A Zona Euro conhece esta quinta-feira os dados finais da inflação em outubro. A estimativa rápida apontava para os 10,7%.

Declarações de membro da Fed atiram Wall Street para terreno negativo

Wall Street arrancou a sessão em terreno negativo, com os investidores a digerirem as mais recentes declarações "hawkish" dos membros da Reserva Federal norte-americana (Fed).

 

O industrial Dow Jones perde 0,87% para 33.296,86 pontos, acompanhado do S&P 500 que desvaloriza 1,11% para 3.914,91 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite derrapa 1,24% para 11.044,91 pontos.

 

O presidente da Fed de St.Louis, James Bullard, afirmou a necessidade de a taxa de juro de referência ter de subir ainda mais para fazer frente à inflação, tendo apontado para um pico entre 5% e 7%. ´

 

Os comentários de Bullard foram precedidos pelas palavras de Mary Daly, presidente do banco central em São Francisco, ter sublinhado que a possibilidade de um abrandamento do ritmo da subida dos juros diretores está fora das opções.

 

"As declarações de Bulard agravaram os juros da dívida e fizeram cair as ações", observou Peter Kenisella, responsável pelo departamento de estratégia para o mercado de câmbio da BP, citado pela Bloomberg.

Ouro recua com pressão do dólar

O ouro continua a negociar com perdas, numa altura em que o dólar valoriza, após comentários de membros da Reserva Federal norte-americana terem descartado possibilidades de uma pausa na subida das taxas de juro.

A nota verde chegou a subir 0,8% esta quinta-feira, depois de comentários do presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, ter reiterado a necessidade de a taxa de juro de referência ter de subir ainda mais para fazer face à inflação.

Também Mary Daly, presidente do banco central em São Francisco, afirmou que um abrandamento dos aumentos dos juros diretores estava "fora da mesa".

O ouro está assim a ser pressionado e a perder 0,68% para 1.761,88 dólares por onça. Ao passo que o dólar valoriza 0,51% para 0,9676 euros.

Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - sobe 0,56% para 106,871 pontos.

Também Mary Daly, presidente do banco central em São Francisco, afirmou que um abrandamento dos aumentos dos juros diretores estava "fora da mesa".

O ouro está assim a ser pressionado e a perder 0,68% para 1.761,88 dólares por onça. Ao passo que o dólar valoriza 0,51% para 0,9676 euros.

Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra dez divisas rivais - sobe 0,56% para 106,871 pontos.

Petróleo regista "pressão de todos os lados" e perde mais de 3%

O petróleo cede terreno tanto em Londres como em Nova Iorque, pressionado pela subida do dólar e pela preocupação em torno de uma possível redução da procura.

 

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – perde 3,27% para 82,79 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – desvaloriza 2,13% para 90,88 dólares por barril.

 

O surgimento de novos casos de covid-19 na China sustenta a continuação da política "zero casos" de Pequim, o que pode continuar a significar uma redução da procura por parte do maior importador de petróleo do mundo. Há dois dias, a China reiterou o compromisso para com esta estratégia de saúde pública.

 

A par desta situação, o JPMorgan estima que a economia norte-americana possa entrar em recessão ligeira no próximo ano.

 

"O crude está a sentir pressão de todos os lados", reconheceu Dennis Kissler, vice-presidente sénior da Bok Financial Securities, citado pela Bloomberg.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros da dívida a dez anos agravaram-se na Zona Euro, depois de a última sessão ter sido marcada por um sentimento expressivo de alívio.

 

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu – agrava-se em 3,1 pontos base para 2,023%.

 

Por sua vez, os juros da dívida italiana a dez anos somam 3,2 pontos base para 3,949%.

 

Na Península Ibérica, os juros das obrigações portuguesas a dez anos avançam 1,3 pontos base para 2,960%, enquanto a "yield" da dívida espanhola com a mesma maturidade sobe 3,7 pontos base 3,038%.

Europa termina o dia pintada de vermelho

O vermelho foi a cor predominante no fecho de sessão das principais praças europeias. O dia serviu aos investidores para digerirem a apresentação do novo orçamento do Reino Unido, assim como as notícias de um possível abrandamento da subida dos juros na próxima reunião do Banco Central Europeu.

 

O Stoxx 600 desvalorizou 0,42% para 428,38 pontos. Entre os 20 setores que compõe o índice de referência europeu, recursos minerais e retalho comandaram as perdas, enquanto tecnologia registou o melhor desemepenho.

 

Nas restantes praças europeias, Lisboa comandou as perdas, ao cair 1,02%. Madrid subtraiu 0,75%, Paris caiu 0,47% e Amesterdão perdeu 0,10%. Milão deslizou 0,78%. Já Londres, onde os investidores estiveram de olhos postos na apresentação do orçamento na Câmara dos Comuns, o FTSE terminou na linha d’ água (-0,06%). Apenas Frankfurt terminou a sessão no verde, a ganhar 0,23%.

 

O Reino Unido apresentou esta quinta-feira aos deputados o seu orçamento extraordinário, o segundo em poucos meses e o primeiro de Jeremy Hunt. O objetivo é reduzir a dívida e equilibrar as contas públicas.

 

Entre as várias medidas destacam-se os impostos sobre lucros excessivos. O imposto sobre os lucros das petrolíferas aumentará de 25% para 35%. O governo britânico antecipou ainda contração económica de 1,4% em 2023.

 

Durante a sessão os investidores estiveram ainda a digerir a notícia que dá conta que o BCE estará a ponderar desacelerar o ritmo de subida das taxas de juro. Segundo a Bloomberg, que cita fontes não identificadas com conhecimento do assunto, o próximo aumento da autoridade monetária poderá ser de apenas 50 pontos base, inferior às últimas duas decisões tomadas.

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