Inflação a abrandar dá melhor dia desde agosto às bolsas europeias
Sanções à Rússia e queda dos "stocks" dos EUA continuam a impulsionar crude
Ouro segura ganhos à espera de inflação nos EUA
Iene avança com subida de juros. Libra mantém-se à tona após inflação
Juros da Zona Euro aliviam. "Gilts" lideram descida
Europa avança antes da inflação nos EUA. FTSE 100 lidera ganhos
Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
Inflação subjacente abaixo do esperado e contas da banca animam Wall Street
Dólar enfraquece após inflação subjacente nos EUA. Ouro sobe ligeiramente
Petróleo regressa aos ganhos com IEA a alertar para o impacto de novas sanções ao crude russo
Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro
Inflação a abrandar nos EUA e Reino Unido dão melhor dia desde agosto às bolsas europeias
- Futuros da Europa contagiados por sessão "morna" na Ásia
- Sanções à Rússia e queda dos "stocks" dos EUA continuam a impulsionar crude
- Ouro segura ganhos à espera de inflação nos EUA
- Iene avança com subida de juros. Libra mantém-se à tona após inflação
- Juros da Zona Euro aliviam. "Gilts" lideram descida
- Europa avança antes da inflação nos EUA. FTSE 100 lidera ganhos
- Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
- Inflação subjacente abaixo do esperado e contas da banca animam Wall Street
- Dólar enfraquece após inflação subjacente nos EUA. Ouro sobe ligeiramente
- Petróleo regressa aos ganhos com IEA a alertar para o impacto de novas sanções ao crude russo
- Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro
- Inflação a abrandar nos EUA e Reino Unido dão melhor dia desde agosto às bolsas europeias
Os futuros da negociação nos principais índices europeus apontavam para ganhos ligeiros de 0,2%, num momento em que os investidores aguardam pelos novos relatórios sobre inflação nos EUA para obter mais pistas sobre as decisões da Reserva Federal quanto a cortes de juros este ano.
Esta quarta-feira são divulgados dados atualizados dos preços no consumidor, que os analistas esperam que tenham subido pelo quinto mês, depois de em dezembro terem acelerado 0,3%, e com esperanças de que possa influenciar o banco central a descer os juros diretores mais cedo do que o previsto (junho).
Já as negociações asiáticas seguem sem grandes movimentações e sem rumo definido. No Japão, o Topix avança 0,3% e o Nikkei desvaloriza 0,07%, depois de o Banco do Japão ter dado indicações de que vai subir os juros na reunião da próxima semana, levando o iene a aumentar 0,4% face ao dólar.
Na China, em Hong Kong, o Hang Seng ganha ligeiros 0,1%, enquanto o Shanghai Composite cai 0,4%. O Banco Popular da China injetou uma quantidade histórica de dinheiro a curto prazo no sistema financeiro esta quarta-feira. A injeção visa apoiar a liquidez do mercado com a aproximação do feriado do Ano Novo.
Na Coreia do Sul, o Presidente Yoon Suk Yeol foi detido. As autoridades querem interrogar o líder depois da breve declaração da lei marcial. O Kospi cede 0,02%.
Os preços do petróleo estão a recuperar terreno depois de terem registado a maior queda em mais de um mês, já que os sanções dos EUA aplicadas ao mercado energético russo continuam a impactar as negociações.
Além disso, os stock norte-americanos de crude baixaram em 2,6 milhões de barris na semana passada, de acordo com o Instituto Americano de Petróleo. Caso os dados finais divulgados no final da semana se confirmarem, esta será a oitava descida.
O contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 0,84% para os 78,15 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – ganha 0,65% para os 80,44 dólares, recuperando da queda de 1,4% da sessão anterior provocada pelas crescentes expectativas de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Os compradores de "ouro negro" russo estão a procurar outras fontes de oferta. Na China, as petrolíferas nacionais e as refinarias têm comprado cargas provenientes do Médio Oriente, por exemplo.
Esta subida das cotações inesperada contraria as expectativas do mercado para este ano, uma vez que se esperava que a oferta ultrapassasse a procura.
O foco dos investidores estará hoje nos "outlooks" mensais tanto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como da Agência Internacional de Energia (EIA). Além disso, os investidores procuram sempre por mais indicações sobre as políticas de Donald Trump, que podem mexer com a negociação, caso o Presidente eleito avance, por exemplo, com maiores restrições às importações iranianas.
O ouro está a negociar em terreno positivo, no dia em que será conhecido o índice de preços no consumidor (IPC) dos EUA, um indicador da inflação norte-americana.
O metal amarelo sobe 0,23% 2.683,69 dólares por onça.
O iene do Japão está a liderar os ganhos entre as principais divisas, isto depois de o banco central do país ter admitido que poderá optar por uma subida dos juros na reunião da próxima semana.
O dólar negoceia praticamente inalterado face ao euro, antes de mais um relatório de inflação nos EUA - os analistas preveem que o índice de preços no consumidor (IPC) de dezembro suba 0,4% face ao mês anterior, o que representaria a maior subida desde março de 2024.
Caso o cenário se concretize, poderá fazer com que o banco central reequacione uma descida dos juros ainda no primeiro semestre do ano, o que pressionaria o dólar.
O euro recua 0,03% para 1,0305 dólares. Já face à divisa nipónica, a nota verde perde 0,71% para 156,84 ienes.
A libra está também no centro das atenções do mercado. A moeda britânica segura os ganhos face ao dólar e ao euro, já que a inflação no país desacelerou inesperadamente em dezembro para 2,5% face ao período homólogo. O valor, mais baixo do que o esperado, aliviou o sentimento negativo dos investidores.
A libra negoceia sem alterações nos 1,2216 dólares e nos 1,1849 euros.
Mas a moeda e o governo britânico ainda não estão fora de perigo, já que o Reino Unido volta a tropeçar numa crise de desconfiança orçamental, cada vez mais semelhante à que levou à saída da ex-primeira-ministra Liz Truss.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a registar um alívio esta quarta-feira, com as "Gilts" britânicas a liderarem as descidas, isto depois de a inflação de dezembro no Reino Unido ter desacelerado para 2,5% face ao período homólogo.
Assim, os juros da dívida soberana britânica, com maturidade a dez anos, descem 7,6 pontos base para 4,811%. Ainda assim, paira perto da fasquia de 5%, fazendo soar os alarmes para o país que revive uma crise de desconfiança no orçamento.
Por cá, as "yields" da dívida portuguesa também a dez anos aliviam 2,7 pontos para 3,062%. Portugal volta hoje ao mercado de dívida, com a Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP a emitir o primeiro leilão de bilhetes do Tesouro do ano.
No país vizinho, a rendibilidade da dívida espanhola recua 2,6 pontos para 3,297% e a da italiana desce 3,5 pontos para 3,803%.
Já os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a Zona Euro, recuam 2,2 pontos base para 2,627% e as "yields" equivalentes de França registam um decréscimo de 3,2 pontos base para 3,437%.
As bolsas europeias estão a negociar em terreno positivo, num momento em que as "yields" do bloco aliviam e os investidores aguardam por novos dados da inflação nos EUA.
O índice de preços no consumidor do lado de lá do Atlântico é uma métrica fundamental para avaliar a inflação norte-americana, que pode influenciar a Reserva Federal a cortar ou não juros, contagiando assim o sentimento europeu.
O mercado reage também à inflação britânica, que desacelerou para 2,5% em dezembro de 2024, acima do esperado pelos economistas, mantendo vivas as esperanças dos investidores por um corte dos juros pelo Banco de Inglaterra no próximo mês. Assim, o FTSE 100 lidera os ganhos entre as principais praças europeias e sobe acima de 0,7%.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma agora 0,39% para 510,26 pontos, impulsionado pelos setores imobiliário e das telecomunicações, que sobem mais de 1%. Em terreno negativo seguem apenas as ações de "house goods".
A Europa estará hoje de olhos postos no setor da banca do lado de lá do Atlântico. Os principais bancos norte-americanos arrancam com a "earning seasons" e podem influenciar as ações da banca europeia.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax sobe 0,48% e o espanhol IBEX 35 avança 0,31%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,31%, enquanto o francês CAC-40 soma 0,08% e o italiano FTSEMIB avança 0,43%.
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses, mantendo-se acima de 2,5% nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,748%, continuou acima da taxa a seis meses (2,657%) e da taxa a 12 meses (2,559%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje para 2,657%, menos 0,028 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,47% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,92% e 25,58%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor caiu hoje para 2,559%, menos 0,053 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 2,748%, menos 0,013 pontos do que na sessão anterior.
Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.
A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).
Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.
Os números de dezembro da inflação subjacente nos Estados Unidos, que desaceleraram inesperadamente em dezembro, e os resultados positivos dos maiores bancos também do lado de lá do Atlântico impulsionaram os principais índices em Wall Street.
O Dow Jones avança 1,6%, para os 43.199,91 pontos, enquanto o S&P 500 soma 1,68% para 5.941,03 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite ganha 2,12% para 19.448,05 pontos.
A inflação subjacente acelerou 3,2%, um valor que fica abaixo das expectativas de 3,3% dos economistas. Já a variação mensal da inflação aumentou para 0,4% no último mês do ano, face aos 0,m3% esperados, enquanto os preços subiram face a dezembro de 2023 2,9% - em linha com o esperado.
Na interpretação destes dados, os investidores dividem-se entre a inflação subjacente abaixo do esperado, com a menor subida em seis meses, e a maior subida mensal da inflação em quase um ano. Ou seja, os números não sugerem que a inflação está a acelerar nem que está a desacelerar, e portanto pouco mexem com as previsões de cortes de juros graduais pela Reserva Federal.
Por outro lado, "o mais importante é que os números da inflação de hoje tiram de cima da mesa uma subida de juros, o que alguns participantes de mercado estavam a começar a incorporar de forma prematura", acrescentou à CNBC John Kerschner da Janus Henderson.
Ainda a centrar atenções está o início da época de resultados que começou, como habitual, com o setor da banca. O Goldman Sachs mais do que suplicou os lucros e sobe 5,71%, enquanto o JPMorgan (1,14%) e o Wells Fargo (5,74%) ultrapassaram as expectativas dos analistas relativamente ao resultado positivo no último trimestre do ano. Já o Citigroup regressou aos lucros e avança 5,71%.
Ainda no setor financeiro, a maior gestora de ativos do mundo BlackRock terminou o quarto trimestre com um recorde de 11,6 biliões de dólares sob gestão e alcançou receitas melhores do que o esperado pelos analistas e ganha 3,3%.
Os preços do ouro seguem a negociar ligeiramente em alta, com a inflação subjacente nos Estados Unidos abaixo do esperado a pressionar o dólar e a dar força à narrativa de que o ciclo de cortes de juros pela Reserva Federal pode ainda não ter chegado ao fim.
O metal amarelo avança 0,04% para 2.678,45 dólares por onça.
No mercado cambial, o índice do dólar desvaloriza 0,37% face às principais divisas rivais para 108,865 dólares, mas ainda avança 0,02% para 0,9703 euros.
A impedir maiores movimentações está o facto de a variação mensal da inflação ter acelerado mais do que o esperado, mesmo com os investidores a atribuírem agora 50% de probabilidades a um cenário de um corte de juros pela Reserva Federal no final do primeiro trimestre.
Os preços do petróleo seguem a valorizar esta quarta-feira, com o mercado ainda focado nas possíveis disrupções das sanções dos Estados Unidos às exportações de petróleo russo, que incluem grandes empresas produtoras e navios da frota fantasma russa.
O contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 1,69% para os 78,81 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – ganha 1,39% para os 81,03 dólares.
O aviso dado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em português) no seu relatório mensal deu nova força aos preços. A agência alertou que as novas sanções podem, de facto, causar significativas disrupções no fornecimento e transporte de petróleo. No entanto, "o impacto completo no mercado petrolífero relativamente ao acesso a crude russo é incerto", refere.
"Os petroleiros que transportam o crude russo parecem estar a ter dificuldades em descarregar em todo o mundo, o que poderá provocar algum aperto no mercado a curto prazo", confirmou à Reuters Ole Hansen, responsável da estratégia de "commodities" do Saxo Bank.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram esta quarta-feira, com as "Gilts" britânicas a liderarem as descidas, num efeito em cadeia depois de a inflação subjacente nos Estados Unidos ter ficado abaixo do esperado.
Os juros da dívida norte-americana também recuam a esta hora, cedendo 12,7 pontos base para 4,665%, afastando-se da fasquia dos 5%.
O facto de a inflação de dezembro no Reino Unido ter desacelerado para 2,5% face ao período homólogo, intensificou a descida dos juros da dívida soberana britânica, com maturidade a dez anos, que desceram 15,9 pontos base para 4,728%. Ainda assim, paira perto da fasquia de 5%, fazendo soar os alarmes para o país que revive uma crise de desconfiança no orçamento.
Por cá, as "yields" da dívida portuguesa também a dez anos aliviaram 11,3 pontos para 2,972%, no dia em que Portugal esteve no mercado para o primeiro leilão de Bilhetes do Tesouro (BT) de 2025, tendo colocado mil milhões de euros a 12 meses, com o juro a fixar-se nos 2,416%.
No país vizinho, a rendibilidade da dívida espanhola recuou 11,8 pontos para 3,205% e a da italiana desceu 14,5 pontos para 3,693%.
Já os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a Zona Euro, recuaram 9,1 pontos base para 2,558% e as "yields" equivalentes de França registaram um decréscimo de 11,7 pontos base para 3,353%.
Os principais índices europeus encerraram em forte alta esta quarta-feira, com a inflação nos Estados Unidos a subir menos do que o esperado e a gerar novas expectativas relativamente a cortes de juros pela Reserva Federal.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, subiu 1,33% para 515,02 pontos, deixando para trás três sessões consecutivas de perdas e registando a melhor sessão desde agosto de 2024. Todos os setores terminaram o dia no verde, com o setor imobiliário, mais sensível às taxas de juro, a pular mais de 3%. Também o setor do retalho ganhou quase 3%.
Entre os maiores desempenhos, esteve o índice britânico FTSE 250, mais focado em empresas domésticas, que subiu 2,87%, depois de a inflação no Reino Unido ter abrandado pela primeira vez em três meses em dezembro, mantendo em cima da mesa expectativas de um corte de juros pelo Banco de Inglaterra na próxima reunião de política monetária.
"Os mercados estão muito satisfeitos, uma vez que a tendência de desinflação continua a verificar-se", explicou à Bloomberg Jeanne Asseraf-Bitton, diretora de investigação e estratégia da BFT IM. "Os investidores mantêm o cenário de que a Fed ainda pode estar em posição de cortar as taxas se as políticas de Trump provarem não ser tão inflacionistas", acrescentou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX somou 1,5%, o francês CAC-40 valorizou 0,69%, o italiano FTSE MIB ganhou 1,49%, o britânico FTSE 100 subiu 1,21% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,25%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 1,01%.
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