Fecho dos mercados: Optimismo de Powell impulsiona bolsas e dólar. Petróleo volta a cair
As declarações de Powell no Senado dos EUA foram determinantes para a mudança de rumo dos mercados. O dólar e as bolsas passaram para terreno positivo e o ouro recuou para mínimos de 12 meses. Já o petróleo continua a perder terreno.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,31% para 5.638,26 pontos
Stoxx 600 ganhou 0,24% para 384,99 pontos
S&P 500 valoriza 0,17% para 2803,19 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal 4 pontos base para 1,74%
Euro soma 0,17% para 1,1692 dólares
Petróleo cai 0,94% para 67,42 dólares em Nova Iorque
Bolsas recuperam após declarações do presidente da Fed
As bolsas europeias negociavam tendencialmente em queda durante a manhã, pressionadas pelas tecnológicas devido aos maus resultados da Netflix e das petrolíferas devido à descida da matéria-prima. Contudo, as declarações do presidente da Fed no Senado dos EUA trouxeram optimismo ao mercado, com os índices europeus a inverterem para terreno positivo.
O Stoxx600 ganhou 0,24% para 384,99 pontos. O PSI-20 encerrou a sessão bolsista desta terça-feira, 17 de Julho, a apreciar 0,31% para 5.638,26 pontos, com 10 cotadas em alta e as restantes oito em queda, no segundo dia consecutivo de ganhos para o principal índice nacional. A Jerónimo Martins destacou-se com um ganho de quase 3%.
Powell impulsiona dólar
As declarações do presidente da Reserva Federal na comissão do Senado dos Estados Unidos deram força ao dólar, uma vez que Powell desvalorizou o impacto da guerra comercial na maior economia do mundo e reiterou que o caminho da política monetária passa por "continuar a subida gradual das taxas de juro". O banco central norte-americano já aumentou duas vezes as taxas de juro desde o início do ano e apontou mais duas possíveis subidas até ao fim de 2018.
Na primeira subida em quatro sessões, o índice do dólar está esta terça-feira a valorizar 0,3%. Já o euro desvaloriza 0,17% face à moeda norte-americana, negociando nos 1,1692 dólares.
O optimismo do líder da Fed com a evolução da economia norte-americana ficou bem patente no seu discurso. Apesar das dúvidas relacionadas com o impacto da guerra comercial, Powell assinalou que a economia norte-americana está a caminho de ter "vários anos" de um mercado de trabalho num nível forte e de inflação em linha com a meta da Fed de 2%.
Juros de Portugal descem
No mercado de dívida soberana o dia foi de alívio ligeiro nas taxas de juro. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos cede 4 pontos base para 1,74%, com o "spread" face à dívida alemã a recuar para 140 pontos base. O juro das bunds a 10 anos recua 1,8 pontos base para 0,346%.
Taxas Euribor estáveis em todos os prazos
As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três, seis, nove e 12 meses em relação a segunda-feira. A Euribor a três meses manteve-se hoje pela décima terceira sessão consecutiva em -0,321%, um máximo desde Abril do ano passado. A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, também voltou hoje a ser fixada em -0,269%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez em 31 de Janeiro de 2018.
Petróleo cai com receios de bolha da oferta
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa, com os investidores a ficarem preocupados que agora passe a haver um excedente da oferta. Grandes produtores, incluindo a Líbia, Arábia Saudita e Estados Unidos, estão a aumentar a sua produção, numa altura em que a disputa comercial EUA-China deixa recear uma menor procura de energia. "Há potencial para uma oferta excedentária face à procura", comentou à Bloomberg um gestor de fundos de matérias-primas na Tyche Capital Advisors, Tariq Zahir.
O contrato de Agosto do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue a perder 0,94% para 67,42 dólares. Já as cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Setembro seguem a somar ligeiramente, com um ganho marginal de 0,07% para 71,89 dólares por barril, depois de terem estado a subir mais de 1%.
Ouro recua para mínimo de 12 meses
Com o dólar em alta contra as principais divisas mundiais, o ouro continua a perder terreno. O metal precioso está hoje a descer pela terceira sessão seguida e atingiu já um mínimo de 12 meses, tendo acelerado as quedas depois das palavras de Jerome Powell. O ouro está a descer 0,7% para 1.232,23 dólares a onça.
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