Fecho dos mercados: "Papão" da contração volta a assombrar Europa. Bolsas caem, juros afundam e ouro sobe
Os fracos dados do PMI pressionaram a negociação bolsista na Europa, com o Stoxx 600 a terminar o dia no "vermelho". A Saudi Aramco, que recuperou cerca de 75% da produção após os ataques, está a provocar uma nova queda do preço do petróleo.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,86% para 4.973,43 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,80% para 389,80 pontos
S&P500 cai 0,07% para 2.994,20 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 7,3 pontos base para 0,166%
Euro recua 0,25% para 1,098 dólares
Petróleo em Londres caiu 0,09% para 64,22 dólares o barril
PMI fraco assusta investidores e pressiona bolsas
Os fracos dados do índice PMI – que mede a prestação da atividade industrial e dos serviços – pressionaram os mercados europeus. O Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas da região, perdeu 0,80% para 389,80 pontos.
Os dados do PMI mostraram que o setor privado na Alemanha contraiu pela primeira vez em quase sete anos, o que renovou os receios de uma recessão na maior economia da Zona Euro.
A pressionar as bolsas esteve também o pedido de falência da transportadora aérea britânica Thomas Cook, que está a aumentar a especulação de que um cenário idêntico de espalhe por outras empresas dentro e fora do mesmo setor.
As negociações comerciais entre os EUA e China continuam em foco. Desta vez, a reunião entre ambos os países terminou mais cedo do que se esperava o que preocupou os investidores, uma vez que pode significar que as relações entre os dois países se estão a deteriorar. Novas negociações estão marcadas para o início de outubro.
Por cá, o índice PSI-20 fechou o dia a cair 0,86% para os 4.973,43 pontos. O destaque vai para o BCP que liderou as quedas entre as principais cotadas da bolsa nacional. O banco liderado por Miguel Maya desvalorizou 4,09% para os 0,189 euros por ação, acompanhando o cenário de quedas no setor da banca na Europa, que perdeu 2,12%.
Juros afundam com receios de contração da economia
Os dados económicos divulgados esta segunda-feira estão a elevar os receios de uma recessão económica, o que está a levar os investidores a tentarem proteger-se. E é este contexto que está a fazer com que os juros associados às dívidas soberanas europeias estejam a registar quedas acentuadas. Assim, a taxa de juro implícita na dívida portuguesa a 10 anos recuou 7,3 pontos base para 0,166%. Já a taxa alemã 5,8 pontos para -0,583%, num dia marcado por quedas acentuadas na generalidade dos países.
Euro perde face ao dólar após PMIO euro depreciou 0,25% para 1,098 dólares, pressionado pelos dados do PMI fracos. O PMI da Zona Euro caiu para 50,4 pontos em setembro, de 51,9 em agosto, aproximando-se da marca dos 50 pontos, fasquia que separa um cenário de contração de uma expansão.
"O PMI da Zona Euro reduziu a esperança de que o pior já passou e apoia aqueles que pediam ações mais ousadas do BCE", disse Marc Chandler, analista do Bannockburn Global Forex, numa nota divulgada pela Reuters.
Brent cai para 64 dólares por barrilO petróleo caiu para a marca dos 64 dólares por barril nesta segunda-feira, pressionado pela perspetiva de um restauro mais rápido do que o esperado da produção de petróleo da Arábia Saudita. Hoje, a Reuters avançou que a Saudi Aramco repôs 75% da produção de petróleo. As duas plataformas atingidas, a Khurais e a Abqaiq, estão agora a produzir 4,3 milhões de barris por dia. Antes dos ataques, produziam 5,7 milhões. O Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, desvalorizou 0,09% para 64,22 dólares o barril.
O Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, desvalorizou 0,09% para 64,22 dólares o barril.
Ouro sobe com aumento de instabilidade O ouro - considerado um ativo de refúgio para os investidores em tempos de maior turbulência externa - valoriza 0,4% para os 1.523,05 dólares por onça. O metal precioso teve o maior ganho em quase três semanas, devido à contração do setor privado na Alemanha e do índice PMI na Zona Euro que está a renovar preocupações com a saúde da economia global.
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