S&P diz que França arrisca "default" com plano de Le Pen
A agência de notação financeira S&P considera que, a concretizar-se a promessa eleitoral da candidata presidencial Marine Le Pen de converter os actuais títulos de dívida (obrigações) de França em dívida denominada em novos francos, aquele país pode entrar em "default" (incumprimento).
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"Não há nenhuma ambiguidade nisto. (…) Se um emissor não aderir às obrigações contratuais para com os seus credores, incluindo o pagamento na divisa estipulada [neste caso o euro], declarar-se-ia um ‘default’," afirma Moritz Kraemer, o director de rating de dívida soberana, numa carta publicada no The Economist.
Contudo, reconhece o responsável, a actual classificação atribuída ao país – rating AA, terceiro mais elevado na escala da agência – "sugere que tal sucessão de eventos é improvável."
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Em meados de Janeiro, a mesma publicação dava conta de que outra agência de rating, a Moody’s, também classificava essa redenominação da dívida como podendo "tecnicamente" contar como um default.
A saída do euro e regresso ao franco – nomeadamente através da recuperação da soberania monetária – foi reconfirmada este sábado como um dos 144 "compromissos presidenciais" apresentados por Marine Le Pen no seu programa eleitoral.
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Le Pen está à frente nas sondagens mais recentes na primeira volta das eleições marcadas para 23 de Abril em França. Contudo, os últimos estudos de opinião, conhecidos esta semana, sugerem que poderá não vencer na segunda volta, em que o favorito é Emmanuel Macron, o ex-ministro da Economia francês.
O candidato da direita, François Fillon, surge em terceiro nas sondagens, depois de nos últimos dias a sua mulher e dois filhos terem sido alvos de investigação por alegados pagamentos com dinheiro público por trabalho fictício.
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Fillon nega as suspeitas e promete que irá até ao fim na sua candidatura ao Eliseu a menos que seja deduzida uma acusação formal. Contudo, o candidato tem sofrido pressões da sua área política para desistir da corrida.
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