DBRS sobe rating de Portugal para sexto nível mais elevado
A agência de notação financeira reviu a avaliação da dívida soberana portuguesa, colocando-a no sexto patamar mais elevado.
A DBRS subiu o rating de Portugal de "A (low)" para "A", o sexto nível mais elevado, mantendo a perspetiva estável, anunciou esta sexta-feira a agência de notação financeira.
De acordo com a DBRS, a subida da avaliação da qualidade da dívida soberana portuguesa reflete a o facto de "a melhoria material nos resultados orçamentais e de endividamento perante um cenário desafiante tendo em conta os desenvolvimentos externos apontar para uma resiliência aumentada e uma redução do risco creditício".
"As finanças públicas portuguesas beneficiaram de um saudável crescimento económico, uma subida sustentada das receitas fiscais e uma redução gradual das despesas associadas à crise", prossegue a agência. "O défice orçamental consolidou-se em 0,4% do PIB em 2022 e poderá alcançar um equilíbrio ou mesmo um excedente já este ano", assinala a DBRS.
A agência canadiana justifica a perspetiva estável com a perceção de que os "fundamentais económicos saudáveis ajudam a equilibrar os riscos associados à elevada inflação e à forte subida nas taxas de juro". A DBRS alerta que "o cenário de inflação alta e elevadas taxas de juro poderá persistir por mais tempo do que é atualmente estimado e poderão impactar negativamente as perspetivas de crescimento económico, especialmente tendo em conta o peso dos créditos hipotecários com taxa variável". Contudo, "a recuperação económica portuguesa alicerçada nas exportações tem sido acompanhada por um crescimento sustentado no emprego e dos rendimentos. Da mesma forma, os indicadores do setor bancário aparentam ser sólidos e bem posicionados para absorver qualquer futura deterioração na qualidade dos ativos".
A DBRS nunca colocou a dívida do país no patamar de investimento especulativo, sendo por isso a agência que tinha o poder de ligar ou desligar Portugal da máquina do Banco Central Europeu (BCE), uma vez que era a única que garantia a elegibilidade da dívida nacional para os programas de compra do BCE.
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