BCE pronto para agir caso redução de estímulos nos EUA tenha impacto na Zona Euro
O Banco Central Europeu (BCE) não vai ficar a assistir "passivamente" caso a Reserva Federal dos EUA (Fed) comece a diminuir a compra de ativos e "está disposto a agir" se for necessário, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, numa entrevista à Reuters.
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De acordo com as minutas relativas à última reunião de política monetária da Fed, divulgadas no passado dia 18 de agosto, não houve consenso sobre quando é que a Fed começará a reduzir as suas compras mensais de ativos, no valor de 120 mil milhões de dólares.
É esperado que o Fed anuncie o seu plano de diminuição de compra de ativos na reunião de 21 e 22 de setembro.
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Caso essa mudança gere algum impacto nas condições de financiamento da área do euro, Lane já avançou que o BCE está disposto a agir.
O fim do programa de estímulos financeiros de emergência do BCE – o Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês) – está previsto para março do próximo ano, até que a fase de crise da pandemia termine. Para Lane, "a fase de crise dura enquanto o risco de queda é substancial".
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O economista avança ainda que o fim de validade do PEPP não terá influência quanto à compra de ativos, que deverá continuar através do programa regular de compra de ativos (APP) em execução como o principal instrumento de quantitative easing (QE).
"Não se pode pensar no volume do APP independentemente do volume da oferta líquida de títulos. Os défices fiscais relativamente altos que vimos no ano passado e neste ano não durarão nos próximos anos, mas a escala dos défices pode permanecer mais alta do que os níveis pré-pandemia", esclarece.
Quanto às perspetivas económicas para o futuro, Lane afirma que "em geral, não estamos muito longe do que previmos em junho para o ano inteiro ".
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Em junho, o BCE melhorou as perspetivas económicas de crescimento da zona euro para um aumento de 4,6% em 2021 (a previsão anterior era de uma expansão menor, de 4,0%).
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