Juros do BCE vão manter-se estáveis por “algum tempo”. Santos Pereira rejeita ser “pomba”
O governador indigitado do Banco de Portugal Álvaro Santos Pereira considera que os atuais níveis de taxas de juro “vão manter-se estáveis durante algum tempo”, o que poderá sinalizar que é a favor de uma manutenção dos atuais níveis de taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE).
Na audição parlamentar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) no âmbito da nomeação para líder do supervisor da banca, o economista faz uma leitura positiva do atual momento de política monetária. “Neste momento o BCE tem a inflação controlada e está numa boa posição”, afirmou.
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“Esta é a política adequada, mas acho importante haver margem para a política monetária ajudar a economia”, caso haja uma deterioração, acrescentou. Deixa ainda uma ressalva sobre o impacto do crescimento económico na política monetária da Zona Euro: “Tudo depende se a economia melhora e se há necessidade de atuar.”
Na última reunião de política monetária do BCE — que contou ainda com Mário Centeno a representar Portugal —, o conselho de governadores optou por manter os juros inalterados na fasquia dos 2% e alinhou com o esperado pelo mercado. Após o encontro, analistas e investidores reforçaram a expectativa de que a autoridade monetária não volte a mexer nas taxas este ano.
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O próximo encontro do conselho está agendado para 30 de outubro e, caso Álvaro Santos Pereira já participe, terá direito de voto. O governador indigitado garante que entre “pombas” e “falcões”, ou seja, governadores que tendem a optar por uma política monetária menos ou mais restritiva, respetivamente, Álvaro Santos Pereira garante que não é uma “‘pomba’ de certeza absoluta”.
Esta poderá ser uma mudança face ao antecessor, uma vez que Mário Centeno era largamente considerado “pomba” e defendeu por várias vezes cortes de juros. Os “falcões” são aqueles que reagem habitualmente a qualquer sinal de subida da inflação, com um endurecimento da política do banco central, ou seja, com subidas das taxas de juro, enquanto as “pombas”, pelo contrário, defendem a adoção de uma política menos agressiva.
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