Lagarde: "Sabemos qual é o nosso objetivo. E faremos o que for necessário para o alcançar"

O futuro é de incerteza, o que deverá tornar a inflação mais volátil, mas a presidente do Banco Central Europeu garante que tudo fará para a controlar. A francesa discursou no arranque do fórum anual da autoridade, que decorre em Sintra até quarta-feira.
Christine Lagarde Fórum BCE 2025
D.R.
Leonor Mateus Ferreira 30 de Junho de 2025 às 20:00

Com um mundo em mudança e um futuro incerto, Christine Lagarde garante que o Banco Central Europeu (BCE) tudo fará para alcançar a meta de controlo da inflação. A francesa apresentou esta segunda-feira uma .

"Mesmo com o mundo a mudar à nossa volta, sabemos qual é o nosso objetivo. E faremos tudo o que for necessário para o concretizar – garantindo a estabilidade dos preços para os cidadãos da Europa", afirmou Lagarde, a sucessora de .

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Mais de uma década depois, o cenário não é de colapso, mas é de elevada incerteza. “Esta é uma das primeiras conclusões importantes da nossa revisão estratégica: o futuro é mais incerto – e essa incerteza deverá tornar a inflação mais volátil”, indicou a presidente do BCE.

A autoridade monetária considera que há “sinais claros” de que os choques de oferta estão a tornar-se mais frequentes, sendo que a análise do “staff” de Frankfurt indica que, durante o recente aumento da inflação, .

O futuro é mais incerto – e essa incerteza deverá tornar a inflação mais volátil. Christine Lagarde, presidente do BCE

Em segundo lugar, vê evidências crescentes de que perturbações mais regulares na oferta estão a levar as empresas a ajustar os preços com maior frequência – contribuindo assim para uma maior volatilidade da inflação. E em terceiro lugar, o BCE adverte que, se a inflação se tornar mais volátil, poderá haver não linearidades em ambos os lados.

"A próxima questão que se coloca é: se o ambiente económico se tornar mais volátil, como podemos tornar a nossa avaliação económica mais robusta?", refere Lagarde, dizendo que "num mundo de maior incerteza, é ainda mais importante complementar o cenário de base com cenários de risco alternativos".

"É por isso que a segunda conclusão fundamental da nossa avaliação é a necessidade de a política monetária ter em conta os riscos e a incerteza, utilizando uma abordagem sistemática, mas específica ao contexto", explica.

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O BCE utiliza há anos tanto a análise de cenários como a análise de sensibilidade, recorrendo a cenários internos desde a crise financeira mundial e tendo-os publicado pela primeira vez durante a pandemia. Mas conclui agora que a análise de cenários é especialmente relevante em tempos de elevada incerteza e exemplifica com a invasão da Ucrânia pela Rússia, bem como com o ritmo de vacinação contra a covid-19.

A nossa estratégia de política monetária também se encontra num bom ponto – reforçada pela experiência e mais bem preparada para os desafios do futuro. Christine Lagarde, presidente do BCE

"Então, qual deve ser a nossa reação, se sabemos que o caminho à frente provavelmente será mais incerto?", questionou ainda, apontando para a última revisão da estratégia, em 2021, quando abandonou uma meta de inflação "próxima, mas abaixo de 2%" em  segunda-feira.

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O documento acrescenta que o principal instrumento de política monetária é o conjunto de taxas de juro diretoras do BCE. Contudo, os decisores poderão também aplicar outros instrumentos, quando as taxas diretoras estão próximo do limite inferior ou para preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Esses instrumentos incluem operações de refinanciamento de prazo alargado, compras de ativos, taxas de juro negativas e indicações sobre a orientação futura da política monetária (“forward guidance”).

"Na nossa última conferência de imprensa sobre política monetária, em junho, '. Na sequência da conclusão desta avaliação da estratégia, acrescentaria que a nossa estratégia de política monetária também se encontra num bom ponto – reforçada pela experiência e mais bem preparada para os desafios do futuro", acrescentou Lagarde.

A presidente do BCE falava no jantar que marca o . Um dos momentos altos acontecerá esta terça-feira quando Lagarde se juntar, num painel de banqueiros centrais, ao presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, bem como ao governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, ao governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, e ao governador do Banco da Coreia, Chang Yong Rhee.

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