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Governador do Banco da Finlândia defende descidas de juros mais acentuadas

Em declarações à margem da reunião do FMI, Olli Rehn não excluíu cortes mais acentuados das taxas diretoras e explicou que há poucos bons argumentos para fazer uma pausa. Aplaudiu ainda os esforços de Bruxelas para aliviar as tensões comerciais com os EUA.

AP
24 de Abril de 2025 às 10:51

O Banco Central Europeu (BCE) terá provavelmente de baixar mais as taxas de juro e não deverá excluir uma redução maior. O alerta é deixado por Olli Rehn, membro do Conselho do BCE e governador do banco central da Finlândia.

Embora a "incerteza generalizada" decorrente do cenário geopolítico e das barreiras ao comércio exija que os funcionários do decisor de política monetária da Zona Euro mantenham uma mente aberta sobre os próximos passos, Rehn alertou para o facto de as condições de financiamento se terem tornado mais rigorosas nos últimos tempos e de os riscos para o crescimento económico começarem a ser tangíveis.

"É muito importante que mantenhamos total liberdade de ação, o que implica que não definamos determinados limites em função de uma taxa neutra presumida e que também não excluamos 'a priori' uma determinada dimensão de corte de taxas", afirmou o membro do BCE, citado pela Bloomberg, em declarações à margem das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizadas em Washington. "Este é um momento para uma política monetária ágil e ativa", sublinhou o governador do banco central finlandês.

Até à data, as sete descidas das taxas diretoras aplicadas pelo BCE foram todas de um quarto de ponto - sendo que a taxa de referência se situa agora nos 2,25%.

O mercado aumentou ligeiramente as apostas em relação a novas reduções das taxas, após as observações de Rehn, fixando em 92% a probabilidade de uma redução de um quarto de ponto na próxima reunião do decisor de política monetária - que terá lugar em junho -, segundo dados da Bloomberg.

"Se, em junho, a inflação cair abaixo do nosso objetivo de 2% a médio prazo, a reação correta será reduzir ainda mais as taxas", explicou Rehn. O antigo comissário europeu da Economia acrescentou que, mesmo se o caso não for esse, há poucos bons argumentos para fazer uma pausa no corte das taxas de juros.

"Temos também de analisar as perspetivas de crescimento e as condições financeiras", devido à turbulência causada pelo impasse comercial entre Pequim e Washington e o resto do mundo, ao mesmo tempo que os riscos identificados em março como parte das projeções económicas do BCE "se concretizaram em grande medida", alertou o membro do BCE.

Apesar de um corte maior, de 50 pontos-base, poder ser considerado, este depende, segundo Rehn, "das perspetivas de inflação a médio prazo e de quão piores ou melhores serão as perspetivas de crescimento".

O antigo comissário europeu para a economia aplaudiu ainda os esforços de Bruxelas para aliviar as tensões comerciais com os EUA, propondo um acordo de tarifas zero por zero. "Isso reforçará a posição negocial da Europa e ajudará a alcançar uma solução negociada, que será benéfica para todas as partes", conclui.

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