Raphaël Agbanrin 19 de Junho de 2018 às 19:43

O sucesso das reformas nacionais de Macron   

Paris insiste num orçamento que reduza as divergências comerciais entre os diferentes Estados-membros, razão pela qual França persiste em pressionar para formar tal acordo.

No passado dia 4 de junho, o FMI anunciou a sua missão seguinte, após a sua visita oficial a França. A decisão daí resultante aparenta ser encorajadora, visando que França beneficie de uma forte recuperação que poderá favorecer as suas situações doméstica e global. Da mesma forma, também esta se presume adequada a Emmanuel Macron, que poderá prosseguir com o seu planeamento económico para a União Europeia.

 

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Mediante reformas estruturais implementadas pelo novo Governo francês, o FMI espera que o mercado laboral e as reformas orçamentais do ano anterior sejam apropriadas para estimular o investimento, emprego e crescimento nacionais. Por outro lado, espera-se que futuras emendas sobre os sistemas de ensino e laboral alinhem as aptidões dos trabalhadores com as qualificações solicitadas por privados. À medida que o sector de transportes se abre à nova concorrência, o Governo francês exige restruturações em diversas instituições públicas.

 

Todas estas reformas têm impactado positivamente a economia. Não só o Governo aumentou as suas expectativas de crescimento em 2018 para 2% (1,7% em 2017), mas anunciou também que o défice a 17 anos do sistema pensionista será reduzido a 300 milhões - um avanço notável relativamente aos 2,2 mil milhões antes esperados. Isto ocorre em virtude da aceleração do crescimento económico e incremento de novos postos de trabalho, os quais geraram contribuições extras para os fundos.

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Economistas do FMI explicam que França se tornou recentemente no "líder de reformas europeu". O sucesso das suas reformas nacionais proporcionou a amplificação do poder de negociação de Emmanuel Macron no que toca a políticas de integração, refletidas na tão aclamada frase da CE "uma Europa que protege" e suportadas pelos diversos países da União Europeia. 

 

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A agenda de Macron centra-se em redor da convergência económica dos países da Zona Euro. Paris insiste num orçamento que reduza as divergências comerciais entre os diferentes Estados-membros, razão pela qual França persiste em pressionar para formar tal acordo. Numa fase de discussões inicial, Paris pretende conceber um pacto que coloque em conformidade os 19 Estados que compõem a Zona Euro.

 

Mais concretamente, a proposta fundamental de Macron consiste na criação de uma "capacidade orçamental" centralizada, equivalente a uma certa porção do PIB da Zona Euro - ainda que o orçamento da última necessite de uma "forte vontade e consenso político" que, até ao momento, não subsistem. Tanto França como os restantes países a sul da Europa ainda hoje experimentam a resistência imposta por parte dos países europeus nórdicos, mas um consenso entre os dois blocos poderia ser alcançado graças à dupla França-Alemanha, que tem vindo a ser estimulada através de esforços levados a cabo pelo Presidente francês.

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Após meses de silêncio, Merkel contestou a proposta de Macron, revelando determinadas dúvidas no que diz respeito à eficácia do controlo parlamentar sobre o orçamento de investimento. Tal situação torna-se chave para o partido da líder, o qual receia pelo futuro dos cidadãos nacionais após resgatar os países em crise fora da fronteira alemã. Como consequência da mais recente objeção de Merkel a Macron, o "budget" da Zona Euro será, inevitavelmente, um tópico fulcral de debate durante o próximo Summit Europeu, a ter lugar nos próximos dias 28 e 29 de junho.

 

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Tradução: Inês Patrício

 

Membro do Nova Investment Club

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Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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