Graças ao enorme esforço de reparação e fortificação dos seus balanços, e sobretudo da sua base de capital, desde a grande crise financeira, os bancos portugueses desempenharam, nesta crise pandémica, um papel essencial no amortecimento dos danos sociais. Pode mesmo dizer-se que os bancos desempenharam, nesta situação, uma relevante função social, complementando a ação do Estado nesse amortecimento. A pronta disponibilização de moratórias no crédito bancário para apoiar empresas e famílias durante a fase economicamente mais aguda da pandemia foi um instrumento fundamental para dar capacidade de respiro a quem se viu confrontado com o súbito estreitamento, ou mesmo paragem, das suas normais fontes de rendimento e sem expectativas claras, quer sobre a sua retoma, quer sobre a duração e o impacto total do dano sofrido na continuidade dos seus negócios ou nas finanças familiares. Assim como foi o acompanhamento muito próximo das necessidades e possibilidades dos seus clientes em situação difícil ou a suspensão voluntária da cobrança de alguns serviços que continuou a disponibilizar. Com essas intervenções, os bancos ajudaram também a prevenir que a inevitável recessão económica espiralasse mais profundamente.