Álvaro Nascimento 25 de Junho de 2018 às 20:35

Esmagados entre os refugiados e União Bancária 

Franjas significativas da população encaram a diáspora de migração como uma ameaça à cultura e valores que sustentam as sociedades ocidentais.

A FRASE...

 

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"Merkel e Macron acordam criação de orçamento comum na Zona Euro em 2021."

 

David Santiago, Jornal de Negócios, 19 de Junho de 2018

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A ANÁLISE...

 

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Num livro notável de 2013, "Exodus: How Migration is Changing Our World", o economista Paul Collier mostra como os fluxos migratórios afetam a estrutura e o equilíbrio dos países que enviam e recebem populações migrantes. O tema é muito atreito a demagogias, argumenta o autor, e as políticas migratórias nos países europeus - fundamentalmente recetores de emigrantes - são incompletas e imperfeitas, determinadas pela emoção em vez da razão.

 

Respondendo a impulsos do momento - para ser politicamente correto e, não raras vezes, assegurar a popularidade junto de constituintes dominantes - ignora-se a necessidade de uma intervenção que não se esgota na simples abertura de fronteiras, ou o estabelecimento de quotas por regiões de origem, níveis de instrução ou qualificação.

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É preciso ir mais longe e desenhar políticas de integração que tenham em conta a diversidade cultural e o interesse de cada "Estado" preservar os seus valores culturais e civilizacionais. Aliás, os mesmos que estão na base de uma certa organização e ordem que, justamente, funciona como fator de atração dos fluxos migratórios de populações que procuram melhores condições de vida e uma sociedade mais inclusiva.

 

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Políticas migratórias coerentes deveriam, primeiro, ser capazes de separar entre os fluxos de refugiados - que, honrando a herança civilizacional europeia, devem ser incondicionalmente acolhidos - daqueles que o fazem por simples razões económicas - cuja presença justifica um conjunto de condicionantes quanto à sua integração e, em certos casos, a imposição de regresso aos países de origem.

 

Em segundo lugar, porque franjas significativas da população encaram a diáspora de migração como uma ameaça à cultura e valores que sustentam as sociedades ocidentais, a sua dimensão deveria ser regulada e as políticas de acolhimento e integração desenhadas de modo a acalmar receios injustificados.

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A União Europeia é incapaz de endereçar de forma clara estas questões. A constante confusão alimenta populismos e põe em causa a unidade. Enquanto assim for, discussões como a "União Bancária", ou o "Fundo Monetário Europeu" são completamente laterais. Há assuntos mais prioritários, sem os quais continuaremos a construir uma Europa distanciada dos cidadãos. Até um dia...  

 

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Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

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maovisivel@gmail.com

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