Acesso ao Ensino Superior 2022/2023: leitura dos dados
Apesar do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior referir tratar-se de um crescente ajustamento da procura à oferta, a verdade é que nesta primeira fase do concurso de acesso, existem 26 cursos sem qualquer candidato, dezenas de cursos com menos de 10 alunos e ainda sobraram 5284 vagas por preencher, de um total de 54641 disponibilizadas pelas universidades e politécnicos. Esta visão é substancialmente diferente da missão da tutela que deveria focar-se na crescente adequação da oferta à procura.
Os cursos com mais candidatos continuam a ser na área da saúde, em especial Medicina e Enfermagem, sem qualquer vaga por preencher.
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Uma nota interessante da análise destes dados, é o aumento significativo de candidatos a instituições de ensino superior do interior do país, num total de 13351, ou seja cerca de 9% acima de 2021. Ainda assim, a generalidade das vagas por preencher ainda são de universidades e politécnicos do interior.
A percentagem de candidatos não colocados no ensino superior público é de 19%, sendo que com a 2ª fase de candidaturas para as mais de 5000 vagas por preencher, poderá significar cerca de 90% dos candidatos colocados. Para já, metade dos candidatos ficaram colocados na 1ª opção e 82% numa das três primeiras opções.
Ainda assim, em nome da empregabilidade e do desenvolvimento de Portugal, está por adequar por parte da tutela e da A3ES, a oferta e o número de vagas disponibilizadas às verdadeiras necessidades das instituições e do país.
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