Cortes na investigação: um retrocesso no compromisso com a inovação
Portugal encontra-se numa situação paradoxal e preocupante, pois, apesar de ter assumido um compromisso claro com a inovação e o desenvolvimento sustentável, as decisões orçamentais minam os alicerces necessários para alcançar essas metas.
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Portugal encontra-se numa situação paradoxal e preocupante, pois, apesar de ter assumido um compromisso claro com a inovação e o desenvolvimento sustentável, as decisões orçamentais minam os alicerces necessários para alcançar essas metas. A redução de 68 milhões de euros no orçamento da FCT para 2025 não é apenas um revés financeiro, mas também um revés estratégico que ameaça comprometer a capacidade científica do país para responder aos desafios globais e à concorrência internacional. A redução do orçamento da FCT representa um golpe duro para um sistema científico já subfinanciado e evidencia uma visão limitada sobre o papel da investigação como motor de inovação e sustentabilidade. Em 2022, Portugal dedicou 1,74% do PIB à investigação e desenvolvimento (I&D), enquanto a média europeia atingiu 2,3%. Este valor não só é insuficiente para alcançar a meta de 3% definida pela Estratégia Europa 2020, como é sintomático de uma visão política que subestima o impacto transformador da ciência.
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