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Ano de 2023 deverá ser dos mais quentes desde que há registo

A estimativa do serviço de meteorologia do Reino Unido é de que a temperatura global se situe, no próximo ano, entre 1,08 °C e 1,32 °C acima da média.

26 de Dezembro de 2022 às 10:03
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O ano de 2023 deverá ser um dos mais quentes desde que há registo, prevendo-se que seja o décimo ano consecutivo a atingir uma temperatura global 1°C ou superior ao período pré-industrial (1850-1900). A estimativa do serviço de meteorologia do Reino Unido (MET Office) é de que a temperatura global se situe, no próximo ano, entre 1,08 °C e 1,32 °C (com uma estimativa central de 1,20 °C) acima da média.

"A temperatura global nos últimos três anos tem sido influenciada pelo efeito de uma La Niña prolongada, onde ocorrem temperaturas mais frias do que a média da superfície do mar no Pacífico tropical. A La Niña tem um efeito temporário de arrefecimento na temperatura média global", explica em comunicado o cientista do MET Office que liderou a previsão da temperatura global para 2023, Nick Dunstone.

O La Niña é um fenómeno natural que, ao contrário do El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Assim como o El Niño, a sua ocorrência gera uma série de mudanças nos padrões de precipitação e temperatura no planeta. "Para o próximo ano, o nosso modelo climático indica o fim de três anos consecutivos do estado do La Niña, com um regresso a condições relativamente mais quentes em partes do Pacífico Tropical. Esta mudança é suscetível de levar a que a temperatura global em 2023 seja mais quente do que em 2022", acrescenta o cientista.

A série de anos mais quentes teve início em 2014. Desde essa altura, as temperaturas globais têm excedido o 1,0°C acima do período pré-industrial. A previsão baseia-se nos fatores-chave do clima global, mas não inclui eventos imprevisíveis, tais como grandes erupções vulcânicas, que provocariam um arrefecimento temporário.

Adam Scaife, chefe da Previsão de Longo Alcance do MET Office, refere que, "até agora, 2016 foi o ano mais quente do registo de observação que começou em 1850. O ano de 2016 foi um ano El Niño em que a temperatura global foi impulsionada por águas mais quentes em partes do Pacífico Tropical. Sem um El Niño anterior para impulsionar a temperatura global, 2023 pode não ser um ano recorde, mas com o aumento de fundo das emissões globais de gases com efeito de estufa a continuar a um ritmo acelerado é provável que o próximo ano seja outro ano notável nesta série".

Os especialistas explicam, no entanto, que alguns locais, como o Ártico, já aqueceram vários graus desde os tempos pré-industriais.

Quanto ao ano que agora termina, os dados concretos serão divulgados em janeiro, mas a previsão anteriormente feita oscilava entre 0,97 °C e 1,21 °C, com uma estimativa central de 1,09 °C. Dados de janeiro a outubro de 2022 mostram que a temperatura média global está cerca de 1,16 °C acima dos níveis pré-industriais.

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