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Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Hospitais privados querem a mesma regulação dos públicos

Segundo Isabel Vaz, uma das sequelas da pandemia foi a criação “um mercado de doença gigante provocado não só pelo atraso dos tratamentos como da prevenção e rastreio de doenças crónicas”.

21 de Abril de 2023 às 12:02
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"Os hospitais privados não querem ter tratamento diferente dos hospitais públicos, queremos ter o mesmo tipo de regulação, de regras de internato, as carreiras. Não queremos melhor, queremos ser iguais e nesse caso podemos convergir", referiu Rui Diniz, CEO da CUF, no debate "Sustentabilidade – Saúde e bem-estar", que foi moderado por Adalberto Campos Fernandes, Professor NOVA ENSP.

Lembrou ainda, que, durante a pandemia, havia diferenças entre o discurso político sobre a saúde pública contra os privados, e a prática real de coordenação e de colaboração em várias valências e áreas da saúde no sentido de se resolverem os problemas entre os privados e os públicos.

Para que haja uma nova geração de políticas públicas com a participação de privados "teria de começar pela regulação e pelas políticas, porque temos regras pesadas sobre o setor privado que não são aplicadas ao setor público", sublinhou Vasco Antunes Pereira, CEO dos Lusíadas. Na sua opinião, "deveríamos estar a preparar medidas para o futuro do sistema nacional de saúde em vez de andarmos constantemente a tentar recuperar o tempo perdido com os atrasos nas intervenções cirúrgicas, as consultas, os tratamentos".

Mercado gigante de doença

Para Isabel Vaz a pandemia provocou o reconhecimento decisivo da importância da saúde para a economia e a sociedade, e, por outro lado, fez acelerar as tecnologias digitais no setor da saúde. Nos aspetos negativos inclui a geração de um "mercado de doença gigante provocado não só pelo atraso dos tratamentos como da prevenção e rastreio de doenças crónicas, já que 50% das pessoas com mais de 65 anos têm mais de duas doenças crónicas", disse Isabel Vaz.

Deu ainda como exemplo o facto de os cancros mais graves terem aumentado nos seus hospitais de 12% para 20%. Acrescenta a mudança geracional, a falta de recursos, que tem levado a que se utilizem os seguros como alternativa ao Serviço Nacional de Saúde com a multiplicação de atos médicos, o que coloca em causa o modelo e leva a alteração dos valores.

Como revelou José Pedro Inácio, CEO da AdvanceCare, seguradora de saúde, há uma grande pressão demográfica e as pessoas com mais de 55 anos custam mais 30% do que pessoas com menos de 35 anos, porque recorrem a mais tratamentos e atos médicos. Referiu ainda que "não falta regulação mas que as coisas sejam feitas de forma pragmática porque muitas vezes as regras não são claras".

David Cabral Santos
David Cabral Santos
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