O Governo aprovou esta semana o programa Floresta Azul, uma iniciativa dedicada ao restauro ecológico das pradarias marinhas, ecossistemas fundamentais para a biodiversidade, a proteção da costa e o combate às alterações climáticas. O lançamento do programa surge como resposta às crescentes ameaças que colocam em risco estes habitats, nomeadamente a poluição e a pressão humana sobre as zonas costeiras.
Coordenado pelo Ministério do Ambiente e Energia, em articulação com o Ministério da Agricultura e Mar, o programa está alinhado com as prioridades nacionais de restauro da natureza e com os compromissos ambientais assumidos pelo país. O Floresta Azul assenta em cinco linhas de atuação, que combinam o conhecimento científico, a intervenção no terreno e o envolvimento das comunidades.
Entre as medidas previstas estão o mapeamento das áreas de distribuição das pradarias marinhas, ações físicas de restauro ecológico e plantação, a criação de viveiros, iniciativas de educação ambiental e sensibilização local, e ainda a quantificação do potencial de sequestro de carbono azul, com vista à eventual comercialização de créditos no Mercado Voluntário de Carbono.
Para a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, o programa “é uma afirmação clara da prioridade que o Governo atribui à proteção e ao restauro dos ecossistemas marinhos”. A responsável acrescenta que “as pradarias marinhas são fundamentais para a biodiversidade, para a captura de carbono azul e para a resiliência da nossa costa”, pelo que o executivo decidiu “financiar, através do Fundo Ambiental, projetos de restauro nos próximos dois anos”.
“O Programa Floresta Azul é um contributo determinante para a concretização do modelo de economia azul sustentável patente na Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030”, afirma José Manuel Fernandes. Segundo o ministro da Agricultura e Mar, o reforço da produtividade dos ecossistemas marinhos “traduz-se em benefícios diretos para os setores das pescas e outras atividades económicas ligadas ao mar, assim como para a sustentabilidade das comunidades costeiras”.
A implementação do programa será feita através de contratos-programa, que vão envolver a Agência para o Clima, que gere o Fundo Ambiental, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, bem como centros de investigação e associações ambientalistas.