Cobre afundou depois de investidor chinês misterioso vender posição de mil milhões
A guerra comercial tem costas largas e, nos últimos tempos, tem sido mormente apontada como a razão que justifica quedas em bolsas, desvalorizações cambiais e de matérias-primas. Também foi esta a principal razão apontada para a desvalorização do cobre, cuja cotação afundou mais de mil dólares ao longo do último mês para transaccionar em "bear market" e em mínimos de 12 meses.
Contudo, o Financial Times escreve esta segunda-feira, 9 de Julho, que afinal o grande responsável pelas perdas do metal laranja é um misterioso investidor chinês que, segundo dados divulgados pela Shanghai Futures Exchange, apostou na venda massiva de futuros de cobre, no valor de mil milhões de dólares, relativos a uma posição detida junto da corretora Gelin Dahua, sediada em Pequim.
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Na passada quarta-feira, esse investidor detinha mais de 36 lotes de futuros de cobre. Agora, o apostador em causa detém apenas cerca de 10 mil lotes de futuros do metal. A actual posição equivale a cerca de 80 mil toneladas de cobre que, por sua vez, terão um valor de cerca de 800 milhões de dólares.
Desde Agosto de 2017, a corretora Gelin Dahua tem-se afirmado como compradora dominante no mercado do cobre, apostando na compra da matéria-prima sempre que a cotação desta enfraquecia. Apesar de não ser conhecido o titular da posição, rumores referidos pelo FT apontam para um investidor no sector do carvão, sendo que é impossível determinar o dono porque as posições detidas no Shanghai Futures Exchange fazem somente referência às corretoras e nunca a carteiras individuais.
Não se percebeu ainda se a venda em bloco de futuros de cobre decorreu de uma opção estratégica ou se se trata de uma venda forçada.
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Desde o início de Junho, o cobre tem sido pressionado pelas dúvidas e receios dos investidores quanto às consequências da disputa comercial em curso entre os Estados Unidos e a China. Isto levou a que o cobre tenha recuado de máximos de quatro anos e meio (7.348 dólares a tonelada) para os actuais 6.424 dólares a tonelada. Esta segunda-feira o metal transacciona em alta, o que se segue à desvalorização de 4% acumulada na semana passada.
Os investidores acreditam que se a corretora Gelin continuar vendedora, o preço da matéria-prima pode mesmo chegar aos 6 mil dólares a tonelada, enquanto se optar por manter a posição o cobre poderá recuperar parte do valor perdido.
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