Alta relojoaria: O corpo e a alma

“O Reverso continuará”, diz o director criativo da Jaeger-LeCoultre, porque é a continuidade de uma herança e de uma memória. Por mais reinvenções que tenha, “o que importa é o conteúdo”.
Fernando Sobral 13 de Maio de 2017 às 14:15
Alta relojoaria: O corpo e a alma

Em ambos, a precisão é fulcral. Por isso, quando fala das criações que ao longo dos anos tem feito para a Jaeger-LeCoultre, não deixa de se sentir um brilho especial nos seus olhos, especialmente quando se refere às reinvenções do Reverso. "O Reverso continuará", diz, porque é a continuidade de uma herança e de uma memória que perdurará. As referências culturais são constantes nas suas frases. Lembra "O Pequeno Príncipe" de Saint-Exupéry quando diz: "Com um avião podes vir de longe.

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É bom ter coisas electrónicas, novidades, mas haverá sempre Tchaikovsky. Nas coisas contemporâneas há algumas que vão ficar e outras que desaparecerão. Mas há coisas certas: o Reverso de 1991 continuará e poderemos sempre fazer reinterpretações dele. O que importa é o conteúdo."

É esta profundidade, esta forma de fazer com que a memória perdure, que também move Janek Deleskiewicz: "O que importa é o corpo e a alma. Quando nasce uma criança há um corpo, mas também uma alma. Na Jaeger-LeCoultre sabemos isso. A inteligência é fulcral. Por isso, relógios como o Reverso continuarão. Há ali um corpo, mas também uma alma. Não os podemos dissociar."

É aí que cruzamos a paixão de Janek Deleskiewicz pelo saxofone, algo que David Bowie também tinha: "Bowie compreendeu uma coisa: o texto, a lírica, era muito importante. Ele não tinha uma boa voz, mas entendeu que o importante era a atitude. Era preciso contar uma história, algo que Serge Gainsbourg também fez." No caso do Reverso recorda as formas geométricas do primeiro relógio de luxo que comprou, o Reverso Grande Taille. Quando foi trabalhar para a marca, em 1988, relançou este ícone. Tudo tinha que ver com a essência de um relógio. E a inspiração que, por isso, é fundamental. O criador da Jaeger-LeCoutre encontra-a nas pessoas, na "evolução social". Por isso quando vai para Bali, onde encontra pessoas muito diferentes, encontra essa inspiração. Algo que transparece nos belos relógios que cria.

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