Aqui, é capaz de haver um grande estoiro
Urbano. Não há outro. Comunista até ao fim, latifundiário que concordou que a terra é de quem a trabalha, escritor do Alentejo e da resistência. Nasceu em 1923. Esteve exilado em França, doutorou-se em Teixeira Gomes, integrou a marca do Existencialismo.
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Foi preso e torturado em Caxias. Fez dos livros uma arma. Andou na guerrilha com Che Guevara. Foi amigo de Cunhal. Admirou e repudiou Gorbachev. Tem fascínio pelas personagens ambíguas. Vive numa casa tão antiga quanto ele, coberta de livros e de pintura. Tem um filho de seis anos que já sabe ler e que faz desenhos cubistas (no final, a mãe mostrou a versão que desenhou de Guernica, de Picasso). É casado com uma mulher muito mais nova, médica psiquiatra, que trata dele e da criança. Está doente. Lançou este Verão um novo livro, duas novelas: "Escutando o Rumor da Vida" e "Solidões em Brasa". Quanto a nós, país, diz que vem aí um estoiro. Um inevitável estoiro.
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