Enquanto pais, temos poucas respostas para dar aos filhos
Manuela Azevedo nasceu em São Simão da Junqueira, no concelho de Vila do Conde. Foi lá que aprendeu a plantar batatas, a colher uvas, a ficar deitada no meio da relva, a sentir as estações a mudar. Memórias que a marcaram e definiram - e que a levaram a voltar a casa. Ela mora nessa aldeia, que serve de antídoto para a confusão de alguns tempos da vida dos Clã. Os Clã, que têm 22 anos. Alguns dos que hoje os ouvem nasceram no mesmo ano que eles. Eles que lançaram um novo álbum chamado "Corrente", feito de energia primitiva, de ligações e quebra de ligações. Entre pessoas, entre pessoas e o universo. Actuam dia 19 de Abril no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e no dia 24 estarão nas Comemorações do 25 Abril em Almada. Seguem para o Tivoli, em Lisboa, e para a Casa da Música, no Porto. Dias 13 e 14 de Maio.
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Inevitavelmente, a realidade atravessa o trabalho dos Clã. E temos algumas canções que acabam por resultar como um retrato social. No álbum "Kazoo" (1997), há temas com esse pendor. Há uma canção que recuperámos agora e está a saber muito bem voltar a ela. É o "Caubói Solidário". Há nela uma criatura mítica, uma espécie de justiceiro que aparece para salvar o mundo, escudado na solidariedade, uma palavra que estava muito em voga... Um justiceiro é uma ideia perigosa, mas um justiceiro solidário é uma ideia bonita. Isto funciona ironicamente. Se calhar, estou a ser demasiado cínica, mas percebemos o limite dessa personagem utópica.
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