Júlio Machado Vaz: Há uma tolerância baixíssima ao sofrimento
Quando admitiu numa entrevista que tinha estado deprimido, o psiquiatra Júlio Machado Vaz recebeu telefonemas de colegas e amigos preocupados, que lhe disseram que tinha cometido um erro ao expor-se dessa forma. Corria o risco de perder doentes. Não aconteceu. A sua agenda está totalmente preenchida. Hoje, percebe melhor os doentes. Algo fundamental na sua profissão. Afinal de contas, todos querem ser compreendidos, mas para isso é preciso tempo. Algo que os médicos de medicina geral e familiar do SNS não têm. Assim, “é mais fácil medicar” as pessoas.
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Quando admitiu numa entrevista que tinha estado deprimido, o psiquiatra Júlio Machado Vaz recebeu telefonemas de colegas e amigos preocupados, que lhe disseram que tinha cometido um erro ao expor-se dessa forma. Corria o risco de perder doentes. Não aconteceu. Pelo contrário. A sua agenda está totalmente preenchida. Hoje, percebe melhor os doentes. Algo fundamental na sua profissão. Afinal de contas, todos querem ser compreendidos, mas para isso é preciso tempo. Algo que os médicos de medicina geral e familiar do SNS não têm. Assim, "é mais fácil medicar" as pessoas. Esse é um dos motivos por que Portugal é um recordista no consumo de psicofármacos. Em muitos casos, está a medicar-se a tristeza, um sentimento que precisa de ser vivido e não "apagado".
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