O samba de Collor de Mello e de Dilma
No meio do turbilhão brasileiro estabeleceram-se conexões entre Collor de Mello, que foi alvo de um "impeachment", e Dilma a quem se quer aplicar a mesma medida. Ambos, enquanto Presidentes, prometeram o sonho brasileiro. Mas há diferenças.
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O Brasil dança um samba escaldante. Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff encontram-se num sambódromo que começou por ser a promessa de dias maravilhosos e cuja actuação termina num baile funk de duvidosa beleza. Talvez não seja por acaso que, face à tentativa de "impeachment" da actual Presidente, Collor de Mello tenha vindo defendê-la e mostrado solidariedade com Dilma. Recorde-se que Collor de Mello foi reeleito para o Senado brasileiro em 2014 e também tem o seu nome, como grande parte da classe política brasileira (mesmo a que persegue Dilma e Lula da Silva), ligado à operação Lava Jato. Mas no meio do turbilhão brasileiro, onde se vai criando um país dividido e cada vez mais radical, não admira que se tenham estabelecido conexões entre os tempos de Collor de Mello (desde a campanha de 1989 até ao fim da sua presidência, em 1992) e o que se está a passar agora com Dilma. Há semelhanças, claro, mas também há diferenças. Ambos prometeram o sonho brasileiro. Ambos arrastam uma crise institucional, social e económica sem paralelo. Recorde-se um pormenor curioso: Collor de Mello ganhou, vencendo Lula da Silva. Hoje Collor defende Dilma. O país maravilhoso, a "Garota de Ipanema" do mundo, que seria endeusado pelo Mundial de Futebol e pelos Jogos Olímpicos, tudo alimentado pela Petrobras, tirou a máscara. A esperança correu o seu riso eterno.
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