Era uma vez uma menina chamada Paula que adorava fazer doces. A história da empresária Paula Martins, dona da Chocolame, podia começar assim. A entrada no mundo dos negócios "foi um puro golpe de sorte", considera Paula. Começou com um salame de chocolate quando tinha apenas 12 anos. Um dia, foi ao café do bairro com a mãe e uma vizinha. O proprietário do estabelecimento estava muito aborrecido porque o fornecedor dos bolos tinha falhado a entrega. A vizinha, sabendo o quanto Paula gostava de fazer bolos, disse-lhe: "Paula, está aqui uma oportunidade para ti. Tu é que és a doceira lá de casa. Pergunta ao senhor se quer que faças um bolo para ele vender hoje". Primeiro, a menina teve vergonha e disse que não, mas depois lá se encheu de coragem e foi perguntar. A resposta foi positiva e Paula foi para casa meter as mãos na massa. Decidiu fazer um salame de chocolate. Era fácil e rápido de preparar. No dia seguinte, voltou ao café e o proprietário pediu-lhe que fizesse outro salame. Afinal, aquele que havia levado na véspera tinha desaparecido da prateleira num instante. Foi assim que Paula começou a fornecer diariamente aquele estabelecimento. Rapidamente, começou a vender salames para vários cafés da zona. Incentivada pelo pai, deu a provar o seu produto a 10 cafés e pastelarias. Oito ficaram clientes. De repente, o que parecia ser uma brincadeira tornou-se uma coisa séria. "Fiquei bastante assustada", confessa. O negócio "ganhou uma dimensão muito grande para mim". O pai sossegou-a e garantiu que a família iria apoiá-la.