Pedro Sánchez há-de ter perdido a conta às "selfies" que os militantes quiseram tirar com ele ao longo da campanha para as primárias. Percorreu o país, fez milhares de quilómetros, tirou milhares de fotos e pôs jornais espanhóis de referência a debater o poder da imagem e a influência do aspecto físico dos políticos nas eleições. Um metro e noventa de altura, bem parecido, simpático, de sorriso fácil e ar informal, foram os seus próprios camaradas de partido que, à boa maneira espanhola, o alcunharam de "Pedro el Guapo". Houve quem o acusasse de querer tirar partido da aparência ao ponto de o sorriso lhe começar a sair forçado. E quem jurasse a pés juntos que não foi nada disso, que o seu grande trunfo na campanha foi, sobretudo, o facto de poucos o conhecerem, de não haver sobre ele ideias feitas e de, com o seu carisma ter, isso, sim, convencido as bases.