Poderá não haver dinheiro para continuar a Companhia
Um projector antigo, poltronas de pele com rodinhas, uma bicicleta pasteleira, uma mala de cartão com um autocolante, verde desbotado, a dizer "Luanda". Quatro bailarinos. São 18 horas no 108 da Rua da Prata.
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O 108 da Rua da Prata, cedido pela companhia de seguros Tranquilidade, vai deixar de o ser. Há um novo espaço provisório possível, cedido pela autarquia lisboeta, o Palácio Pancas Palha, junto a Santa Apolónia, um edifício que está à venda. A arte está estrangulada. Mas ela, Olga Roriz, 57 anos, aquela que nunca sonhou em ser bailarina porque sempre o foi, não é mulher para mostrar lágrimas.O ensaio termina, a casa acalma, os acessórios e adereços de espectáculos passam a mobília do dia. Olga Roriz acende um cigarro. Coreógrafa, bailarina, pessoa criativa da dança. No dia 12 de Outubro estreia o espectáculo "A Cidade", no Teatro Camões. Depois vêm três digressões. Depois não se sabe. A Companhia Olga Roriz pode parar.
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