Recordo-me bem do tempo da pulverização de produtores que, com menos de meio hectare, apresentavam com muito orgulho umas poucas garrafas aos turistas de passagem por Monção e Melgaço. Nunca me esquecerei da aventura que foi participar, no início dos anos 1990, num congresso de gastronomia do Minho, organizado por Francisco Sampaio e Lima de Carvalho. Discutia-se com fervor tudo o que tinha que ver com gastronomia minhota, mas sempre na companhia de Alvarinho. Aliás, qualquer confrade digno de se considerar minhoto atacava o pequeno-almoço com Alvarinho, bola de enchidos e presunto de Melgaço. O café, calhando, era só um apontamento. No resto do dia, palestras, almoçaradas, jantaradas e visitas aos produtores - a melhor parte. Nestas alturas percebíamos que a inclinação de um terreno, a exposição das vinhas e a maior ou menor proximidade ao rio Minho davam origem a diferentes Alvarinhos.