Atividade económica estabiliza em dezembro e aponta para “impacto muito menor” da segunda vaga
Apesar dos confinamentos parciais impostos no contexto da segunda vaga da pandemia de covid-19, a atividade económica na Zona Euro deu sinais de estabilização em dezembro, sugerindo um impacto menos severo do que o observado na primeira vaga.
O PMI compósito, que mede a atividade da indústria e dos serviços, subiu de 45,3, em novembro, para 49,8 em dezembro, um nível próximo da estabilização, tendo em conta que a marca dos 50 pontos define a barreira entre a contração e a expansão. O resultado foi superior ao esperado, já que os economistas apontavam para uma ligeira melhoria para os 45,8 pontos.
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A indústria teve um desempenho muito acima dos serviços, impulsionando o índice global, e as expectativas dos empresários são agora de um crescimento continuado, devido aos progressos das vacinas.
"A atividade das empresas da Zona Euro ficou próxima da estabilização em dezembro, com o crescimento mais forte da produção industrial a ajudar a compensar uma nova queda na atividade do setor de serviços. De forma encorajadora, as expectativas de produção futura saltaram para máximos de 32 meses, com as perspetivas a melhorarem devido às notícias recentes sobre o desenvolvimento de vacinas", lê-se no relatório da Markit Economics.
A melhoria deste indicador em dezembro eleva para 48,4 o PMI compósito do quarto trimestre que, apesar da queda face aos 52,4 do terceiro trimestre, fica muito acima do nível registado entre abril e junho "sugerindo que o impacto económico da segunda vaga de infeções foi muito menos severo do que o da primeira vaga", sublinha o relatório.
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"A contração do quarto trimestre parece muito menos acentuada do que o impacto da pandemia que vimos no início do ano, embora o quadro seja muito heterogéneo por setor", afirma Chris Wiliiamson, economista-chefe da Markit Economics, citado no relatório. "As empresas também estão cada vez mais otimistas em relação ao ano que vem".
No entanto, o responsável alerta que as medidas de restrição em vigor nos países do euro deverão continuar a condicionar, sobretudo a atividade dos serviços, em 2021.
"Embora a indústria esteja a reportar um forte crescimento, alimentado pelo aumento das exportações e um desempenho explosivo da Alemanha em particular, o setor de serviços permanece em declínio num contexto de restrições e de distanciamento social. Muitas dessas medidas de contenção deverão permanecer em vigor por algum tempo, restringindo a economia à medida que entramos no novo ano", conclui.
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