Brexit afunda emigração portuguesa para o Reino Unido
A emigração portuguesa para o Reino Unido recuou 26% em 2017, em comparação com o ano anterior, naquele que foi o primeiro exercício completo para poder aferir os primeiros efeitos no terreno depois da decisão de saída da União Europeia, votada em referendo em Junho de 2016.
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De acordo com os dados oficiais do Departamento de Trabalho e Pensões do Reino Unido, depois da quebra que tinha sido mais branda em 2016 (-5,4%), no ano passado houve 22.622 portugueses que rumaram àquele território, equivalendo os cidadãos nacionais a 3,3% do total dos quase 683 mil estrangeiros que ali entraram nesse período.
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Esta é a segunda descida anual consecutiva no número de novos emigrantes portugueses no Reino Unido, empurrando estes valores para o nível mais baixo desde 2013. O máximo nesta série disponibilizada pelo Observatório da Emigração foi registado em 2015, ascendendo nesse ano a um total de 32.301 entradas.
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Num destaque divulgado esta terça-feira, 13 de Março, assinado pelos investigadores Inês Vidigal e Rui Pena Pires, este organismo não tem dúvidas em afirmar que "a aceleração da redução da emigração portuguesa para o Reino Unido parece explicar-se sobretudo pelos receios induzidos pelo Brexit", que será concretizado em Março de 2019.
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Apesar de acompanhar o movimento geral e de esta descida se ter feito sentir em várias origens, incluindo Espanha, França ou Itália, os números oficiais evidenciam que o ritmo de redução na nova emigração portuguesa foi superior ao do total das entradas de imigrantes no Reino Unido, em que o recuo se ficou pelos 0,4% em 2016 e 17,2% em 2017.
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As autoridades portuguesas estimam que mais de 400 mil compatriotas morem no Reino Unido, que era até recentemente o quinto país estrangeiro – e o terceiro na Europa – onde residem mais portugueses. E a comunidade portuguesa no Reino Unido é, entre os principais destinos de emigração, a que tem a maior percentagem (38%) de licenciados, sendo que na maioria dos países nem sequer chega aos dois dígitos.
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Os últimos sinais que saíram das negociações entre Londres e Bruxelas indiciam que um acordo no Brexit ainda poderá demorar a ser obtido e ficar mesmo para o início do próximo ano. A confirmarem-se as perspectivas dos representantes britânicos, citadas há dias pela Bloomberg, a data mais provável para o acordo é agora Janeiro de 2019, o que deixaria uma curta margem de dois meses até à data fixada para o Reino Unido sair da União Europeia.
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